Sobre montanhas e rios (Of mo...

By NanFeng_Shifu

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Esta é a história do envolvimento entre duas pessoas que se apaixonam uma pela outra durante uma grande avent... More

Apresentação
Capítulo 1 - Prefácio - Chu Huan
Capítulo 2 - Chu Huan
Capítulo 3 - Chu Huan
Capítulo 4 - Chu Huan
Capítulo 5 - Chu Huan
Capítulo 6 - Volume I - O presente
Capítulo 7 - O presente
Capítulo 8 - O presente
Capítulo 9 - O presente
Capítulo 10 - O presente
Capítulo 11 - O presente
Capítulo 12 - O presente
Capítulo 13 - O presente
Capítulo 14 - O presente
Capítulo 15 - O presente
Capítulo 16 - O presente
Capítulo 17 - O presente
Capítulo 18 - O presente
Capítulo 19 - O presente
Capítulo 20 - O presente
Capítulo 21 - O presente
Capítulo 22 - O presente
Capítulo 23 - O presente
Capítulo 24 - O presente
Capítulo 25 - Volume II - Outro mundo
Capítulo 26 - Outro mundo
Capítulo 27 - Outro mundo
Capítulo 28 - Outro mundo
Capítulo 29 - Outro mundo
Capítulo 30 - Outro mundo
Capítulo 31 - Outro mundo
Capítulo 32 - Outro mundo
Capítulo 34 - Outro mundo
Capítulo 35 - Outro mundo
Capítulo 36 - Outro mundo
Capítulo 37 - Outro mundo
Capítulo 38 - Outro mundo
Capítulo 39 - Outro mundo
Capítulo 40 - Outro mundo
Capítulo 41 - Outro mundo
Capítulo 42 - Outro mundo
Capítulo 43 - Outro mundo
Capítulo 44 - Outro mundo
Capítulo 45 - Outro mundo
Capítulo 46 - Outro mundo
Capítulo 47 - Outro mundo
Capítulo 48 - Outro mundo
Capítulo 49 - Outro mundo
Capítulo 50 - Outro mundo
Capítulo 51 - Outro mundo
Capítulo 52 - Outro mundo
Capítulo 53 - Volume III - Terras Mortas
Capítulo 54 - Terras mortas
Capítulo 55 - Terras Mortas
Capítulo 56 - Terras mortas
Capítulo 57 - Terras Mortas
Capítulo 58 - Terras mortas
Capítulo 59 - Terras Mortas
Capítulo 60 - Terras Mortas
Capítulo 61 - Terras Mortas
Capítulo 62 - Terras Mortas
Capítulo 63 - Terras Mortas
Capítulo 64 - Terras Mortas
Capítulo 65 - Terras Mortas
Capítulo 66 - Terras Mortas
Capítulo 67 - Terras Mortas
Capítulo 68 - Terras Mortas
Capítulo 69 - Terras Mortas
Capítulo 70 - Terras Mortas
Capítulo 71 - Terras Mortas
Capítulo 72 - Terras Mortas
Capítulo 73 - Terras Mortas
Capítulo 74 - Terras Mortas
Capítulo 75 - Terras Mortas
Capítulo 76 - Epílogo
Capítulo 77 - Fim da história
Extra 1 - versão web
Extra 2 - versão web
Extra 4 - versão impressa - O empreendedorismo de Nanshan.
Extra 3 - versão web
Extra 5 - versão impressa - A guerra fria causada pela serpente.
Posfácio de Priest - versão impressa

Capítulo 33 - Outro mundo

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By NanFeng_Shifu


A vida deve ser sagrada

Quando Chu Huan pensou em Luge, com aquele rosto branco de morto-vivo, que não distingue entre o bem e o mal, letal como uma bazuca, seu couro cabeludo ficou dormente na hora e ele não pôde deixar de hesitar: "Eu? Eu não ..."

O resultado foi que antes que ele pudesse terminar de recusar, o ancião se aproximou.

O ancião era um homem velho, e sua capacidade de luta não está em lutar, mas sim, em observar. No quintal, o patriarca cuidava das crianças, mas o que acontecia lá fora, todos sabiam, claro, todos podiam ver. Já, sobre o lado de dentro das paredes da casa do patriarca, o ancião vinha observando, e notou as mudanças provocadas pela presença do jovem estrangeiro.

Às vezes, quando as pessoas lutam juntas, há uma mudança sutil em seus sentimentos.

O ancião olhou para Chu Huan com o nariz no ar e bufou: "Você terminou?

Chu Huan viu que o ancião estava tão zangado, e não pôde deixar de dizer: "Será que fui tão descuidado que inadvertidamente desenterrei de novo o túmulo ancestral deste mestre?"

Entretanto, embora estivesse irritado com a atitude arrogante do ancião, seu rosto ainda estava em paz, gentil e cortês, não mostrando nada, porque Chu Huan entendeu em seu coração "o portão da montanha deve ter um segredo muito importante do clã guardião da montanha". Embora o velho bode lhe tenha dado apenas um olhar, isso era o suficiente, afinal, parece que o velho, o aceitou.

O ancião inclinou o pescoço, sua barbicha tremeu um pouco e disse em voz alta: "Deixe metade dos homens limpar a área, os outros tragam suas armas e venham comigo"!

Assim que ele deu as ordens, o clã imediatamente o seguiu espontaneamente, Chu Huan também teve que segui-lo somando-se aos outros homens, seguindo a multidão descendo a montanha com um sentimento confuso.

... rumo ao portão da montanha

O caminho que desce a montanha não era fácil de andar, a escada de pedra ali, não se sabe há quanto tempo, não era utilizada, talvez há várias gerações. Os remendos foram feitos de forma muito insatisfatória e irresponsável, em alguns pontos, era apenas uma trilha do tipo "o caminho por onde andam muitas pessoas, se torna uma estrada".

O ancião mal andou alguns passos e logo interrompeu sua jornada alardeando problemas de locomoção. Assim, estendeu uma mão apontada para Chu Huan e Xiao Fang, que estavam ao lado dele e ordenou: "não posso andar com agilidade, vão afiar uma bengala de bambu para que eu possa me apoiar".

Chu Huan, que estava distraído, mais uma vez, foi atingido por esse disparo e ficou sem palavras.

Chu Huan sentiu que estava sendo enganado e injustiçado. 'Logo esse velho vai querer me fazer acreditar que nevaria em junho'. O velho ancião estava com uma cara tão feia, que mais parecia que Chu Huan havia tentado seduzir a filha da velha cabra!

  [😊 a filha não, mas o patriarca sim]

'Sem mencionar que, se ele (o ancião) tivesse ou não uma menina em casa, mesmo que tivesse, quem iria querer seduzir a filha de uma cabra?'

Chu Huan quis devolver as palavras de comando de volta na cara do mais velho, mas depois de cantar "respeite o velho e ame o jovem" duas vezes em seu coração, ele finalmente segurou sua língua e não disse nada, arregaçou as mangas e se preparou para ir cortar bambu com Xiao Fang.

Presumivelmente, Chu Huan estava acostumado às mordomias em sua juventude. Quando ele era jovem e frívolo, ele era um típico "ouro e jade por fora, podre por dentro". Nem se preocupando em lavar as próprias meias, mas desde que ele estivesse na frente de outras pessoas, ele sempre desejaria manter uma boa aparência e uma boa imagem. Ele precisa ser polido. Embora ele tenha passado da puberdade, agora, ele provavelmente não alcançou o comportamento básico de um adulto equilibrado e ainda há alguns vestígios da personalidade narcisista. De qualquer forma, esta farsa de "boa aparência" deixa os mais velhos muito desconfortáveis.

O ancião sacudiu os dois braços magros como se tivesse sentido um arrepio, tentando manter uma aura altiva e poderosa como um Tarzan, então olhou ferozmente para Chu Huan  e murmurou: "Por acaso você é uma mocinha? Por que você veste uma camisa? Seu "@#* >(" !

[os homens do clã, andam sem camisa, apenas as mulheres cobriam a parte de cima do corpo😊]

Chu Huan não entendeu a última palavra, mas de acordo com seu palpite, provavelmente significava "maricas".

Nanshan não aguentou mais, alcançou Chu Huan, e não adiou mais o pedido do ancião, apenas tirou o facão da cintura de Xiao Fang, levantou a mão algumas vezes e cortou um bambu grosso com alguns golpes precisos, afiou-o prontamente sem fazer barulho, ergueu-o e o jogou para Xiao Fang: "ancião, venha, aqui está".

O ancião ficou tão zangado que despenteou sua barba, revirou os olhos, mas no final não se atreveu a reclamar. O fato de o próprio patriarca ter que cortar uma bengala para ele na frente de todos, o fez ficar um tanto irritado, então deu uma bofetada na nuca de ErTi com raiva: "Para onde você está olhando?"

Eles rapidamente desceram do cume até o sopé da montanha.

Quando finalmente, Chu Huan avistou uma caverna natural muito grande, em forma de túnel.

Nanshan lhe disse: "Este é o portão da montanha".

Apenas um lado da montanha era acessível, no outro lado havia penhascos íngremes e recortados que subiam e desciam, sendo que para subir por este lado, era preciso passar pelo "portão da montanha", que era uma barreira natural perfeita.

Chu Huan não teve tempo para apreciar a beleza do portal, quando o ancião, parecendo bastante saudável, largou suas muletas de bambu com uma mão forte, bufando vigorosamente sem fazer muito barulho, mas com um rosto que começava a ficar feio.

De repente Xiao Fang exclamou, "Aigu!".

Xiao Fang deu um passo à frente da multidão, apressando o passo e então, saiu correndo, escolhendo seu caminho através da grama meio-alta.

Um corpo escondido ali, caído no chão, apareceu imediatamente aos olhos de todos, era o corpo de Aigu, um dos guardiões do portão.

O jovem era pálido como um vampiro, a metade superior de seu corpo estava ensanguentada, era uma confusão sangrenta. Do quadril para baixo havia sido cortado ao meio por uma arma afiada, deixando apenas metade de sua perna pendurada em seu corpo.

Seu rosto estava coberto de sangue, ele estava tão morto quanto um morto pode estar.

Na descida, Nanshan disse a Chu Huan que os guardas do portão geralmente não podem sair do portão nem um único passo. Não saiam e não descansavam. Durante os tempos normais, eles só poderiam atravessar o portão, para o outro lado, apenas por três dias em um ano, nesse momento o portão permaneceria naturalmente fechado, então, após passarem, eles poderiam, ir até o Clã Liyi para descansar por um breve período, e então retornar.

Nos outros dias do ano, do nascer ao pôr-do-sol, enquanto o portão estivesse aberto, eles tinham que permanecer acordados, prontos para enfrentar o inimigo externo em todos os momentos.

Chu Huan não conseguia imaginar o que faria se só pudesse descansar apenas três dias do ano, apenas três dias de paz e lazer? Oh, céus, como ele poderia suportar?

A cada segundo ele teria vontade de morrer, certo?

Nanshan ajoelhou-se para olhar as feridas no corpo do guardião do portão que havia sido encontrado morto e não disse nada, apenas estendeu a mão para limpar o sangue do rosto do jovem, fechou-lhe  os olhos e deu uma palmadinha no ombro de Xiao Fang.

Quando o sol da manhã se pôs, a grama estava cheia de um sentimento de tristezas e tragédias secretas.

Embora tivessem um palpite, eles viram com seus próprios olhos o que ainda era difícil para todos aceitarem. XiaoFang conduziu algumas pessoas através dos corpos para olharem um a um, na esperança de encontrar alguém ainda respirando. Chu Huan, por outro lado, seguiu Nanshan e os anciãos até o portão da montanha.

Então, ele ficou chocado com a cena.

O imponente portão da montanha estava voltado silenciosamente na direção do sol nascente, a tênue luz do amanhecer atingindo as enormes rochas azuis, refletindo uma tênue auréola de luz, brilhante como se tivesse uma aparência preciosa.

Inclinado no topo do portão da montanha, estava um guardião, seu cabelo longo e bagunçado cobrindo metade do rosto, seu olhar fixo na direção do portão, com um olhar ímpio, sua mão rígida e ainda contorcida segurava um "cão louco", mutai, ambos estavam mortos.

A faca do guardião do portão fora mergulhada na garganta do mutai, e ele mesmo tinha um buraco negro no meio de sua garganta, presumivelmente causado por uma flecha de vento.

Seu sangue se colou ao portão, em um gesto de lealdade inabalável até a morte.

Sob o portão da montanha, a encosta era espessa com os corpos dos mutai e de flats*, sobrepostos uns aos outros, sem grama à vista, o dia e a noite já tinham passado, e o rio ainda estava cor de sangue.

[*a expressão em chinês para os homens achatados/planos é "扁片人" biǎn piàn rén . Em inglês é "flat". Passarei a usar flat, para ficar mais fácil.]

Este lado da montanha se parecia com um antigo campo de batalha onde o vento ruge e relincha, parecendo os sons de um homem perdido num abismo rodeado por sombras fantasmagóricas.

Só então Chu Huan percebeu a verdadeira dimensão do inimigo que rodeava a montanha.

Sem este portão da montanha no caminho, eles teriam ficado impotentes, eles não seriam capazes de lutar de forma alguma.

O ancião fechou os olhos e recitou algumas palavras, de um antigo ritual que Chu Huan não podia entender, palavras de saudade, como se relutasse em se despedir das almas remanescentes no ar, que ainda não se dissiparam.

Naquele momento, um dos membros do clã correu subitamente a gritar: "Patriarca! Patriarca! Luge ainda está respirando ......"

Nanshan virou-se e correu, Chu Huan hesitou, mas não o seguiu.

O ancião olhou para ele: "O que você está olhando?

Chu Huan ficou no meio do portão da montanha, olhando longe para o mundo sem fronteiras, e de repente perguntou: "O que está acontecendo lá fora?"

O ancião ficou em silêncio por um momento, olhando para o mundo sem limites, já que apenas os dois ficaram, era raro para ele não se engasgar com Chu Huan.

Depois de um tempo, o ancião disse: "Há algumas montanhas como aqui, há vida na montanha, não há morte, as pessoas podem viver nelas. Há também alguns lugares onde há mais morte que vida, as pessoas não podem viver. E há um lugar que vai da vida para a morte é chamado de 'terra morta', esse lugar morto, dará origem a muitas coisas que você não pode imaginar. Todos eles virão para despejar sua raiva, temos que responder à batalha até que um lado mate todo o outro lado, como você diz isso"?

Chu Huan: "Ou eu mato ou eu morro".

O ancião olhou para ele com um sorriso de couro, um sorriso estranho e disse de forma sinistra: " Você tem tudo, sabe tudo, mas você não pode trazer tudo por si mesmo, e eu acho engraçado que você tenha tais palavras".

Chu Huan não respondeu, apenas fingindo não ouvir.

Depois de um tempo, ele perguntou novamente: "E sobre o portão da montanha, agora que o ...... o que vocês irão fazer?"

"Siga-me". O ancião disse, dando a volta e caminhando em direção ao túnel.

Depois que o ancião entrou no portão da montanha, não seguiu o caminho pelo qual eles vieram, mas conduziu Chu Huan para uma pequena caverna com sete ou mais voltas. Chu Huan acendeu o isqueiro e usou uma pequena chama para iluminar o caminho. Até ouvir o ancião resmungar duas vezes, "forasteiros irritantes" ou algo assim. 

Então, Chu Huan ouviu o som da borbulhante da água.

Logo ele descobriu que o isqueiro não era mais necessário.

Indo para o final da caverna, Chu Huan viu um lago, a superfície do lago irradiava naturalmente um halo branco marfim suave, iluminando tudo ao redor e a superfície da água parecia flutuar com uma fina camada de fumaça azul, que ao ser vista, deixava no coração das pessoas uma certa sensação de conforto e paz.

Chu Huan ficou surpreso: "Isso é ......".

O ancião respondeu: "Na sua língua, é chamada de nascente da montanha." (Shengquan).

Chu Huan: "......"

Uma frase que parecia extremamente redundante. "Que frase inútil", ele pensou.

O ancião acrescentou: "É a essência da montanha e você estaria certo em chamá-la de uma fonte sagrada. Bem, aí vêm eles".

O som de passos veio da caverna e Chu Huan olhou para trás, apenas para ver NanShan entrando com seus homens, vários membros do clã carregando Luge, que ele já havia reconhecido, mas neste momento nenhum sinal da grande cobra.

Desta vez, Luge não se assustou, porque ele não conseguia ver Chu Huan de jeito nenhum.

Ele não conseguia ver nada.

Quando o guarda da montanha o encontrou, ele estava enroscado no meio da grande cobra que havia criado. A grande cobra estava tão cheia de buracos das flechas do vento, já havia morrido há muito tempo. Ela havia dado sua vida para proteger Luge.

Os olhos de Luge estavam fechados, o sangue seco corria pelos cantos de seus olhos e apenas a rala e rápida elevação e queda de seu peito dava qualquer indicação de que ele ainda estava vivo.

Como se ouvisse a água, Luge inclinou levemente a cabeça para o lado e abriu levemente a boca, mas nenhum som saiu.

Nanshan colocou seu braço ao redor dos ombros de Luge, levantou cuidadosamente seus longos cabelos manchados atrás das costas e sussurrou ao ouvido: "Luge, a fonte sagrada está aqui, você pode ouvi-la?"

Com dificuldade, Luge levantou uma mão e agarrou a calça de Nanshan, apertando-a com força.

Nanshan disse: "Ótimo, vou deixá-lo conhecer o próximo patriarca".

Depois que ele terminou de falar, caminhou até a beira do lago e mergulhou a extremidade dianteira do cetro do patriarca na água.

A água ondulou sem ruído e Chu Huan viu a ponta do cetro, que estava submersa na água, condensar-se em uma bolha em forma de chama.

O ancião do outro lado também se ajoelhou, com a testa colada à margem do lago e a cabeça inclinada para o chão. Ele começou a entoar um encantamento, um mantra incompreensível, e as águas antes calmas logo subiram e caíram com sua voz, enviando ondas espumantes longas e poderosas.

Nanshan mordeu seu dedo e colocou uma gota de sangue na fonte.

O sangue coagulou na água, mas não se dispersou, formando uma pequena bola de gude, envolta em uma estranha bolha, e então a superfície da água pareceu subitamente ferver, produzindo um grande número de bolhas de forma violenta.

Imediatamente com um "estrondo", algo rompeu a água, Chu Huan foi surpreendido e ficou assustado, ele pensou que era algum tipo de monstro da água. Lembrou-se do crocodilo mutante que supostamente emitia ondas sonoras suspeitas. Apertou as mãos ao lado do corpo, cautelosamente deu meio passo atrás.

Entretanto, quando as bolhas de água caíram, Chu Huan ficou chocado ao descobrir que o que saiu da água era uma pessoa.

O fato de um homem ter saído da água não foi suficiente para chocar Chu Huan, a questão era que este homem parecia quase idêntico a Luge.

Ele estava todo nu, de pé sobre a água com os pés suspensos no ar, flutuando silenciosamente; sua pele pálida brilhando com luz aquosa, como uma boneca humana grande, finamente esculpida, com um pouco de carmesim entre as sobrancelhas, como se estivesse manchada com a gota de sangue que NanShan tinha acabado de pingar na água.

Gradualmente, aquele pouco de vermelho penetrou em sua testa, ele abriu os olhos, seu olhar se moveu levemente e, surpreendentemente, apenas ...... ganhou vida.

O olhar de Chu Huan vagava para frente e para trás entre o homem na água e o homem recostado à margem da fonte e sua visão de mundo foi mais uma vez sacudida até seu âmago.

O que é isto? Uma pessoa tinha "nascido" da água? Um Luge tinha crescido para fora d'água?

Mas aquele na margem ainda nem tinha morrido, então qual dos dois era o Luge?

Ele já havia brincado com a ideia de que os guardiões do portão nasciam por mitose, mas nunca imaginou que nascessem por meio de clonagem humana!

E o equipamento de clonagem é uma piscina de água de um lago, uma espécie desconhecida de madeira (*o cetro), uma gota de sangue e um velho com cara de cabra ......?

Então o guardião do portão conta como um humano artificial, ou ele não é humano de modo algum?

Nanshan acenou para o homem na água, "Luge, venha aqui".

Com apenas um suspiro, LuGe inclinou levemente a cabeça e se esforçou para estender a mão. O Luge-aquático que caminhava no vento, pisou na água e caminhou até a margem, ajoelhando-se sobre um joelho em frente ao atual patriarca guardião do portão.

As duas mãos igualmente pálidas se uniram entrelaçadas.

Um sorriso aliviado apareceu no rosto miserável do atual Patriarca dos guardiões do portão, e então sua cabeça relaxou de repente, inclinando-se suavemente nos braços de Nanshan, a mão segurada pelo homem na água também afrouxou.

Ele estava segurando a mão de uma nova vida enquanto caminhava em direção à morte.

Então os homens do clã Liyi caminharam até o rio, morderam os dedos, a cada gota de sangue que caia na água, uma por uma, novas pessoas renascidas se levantaram da fonte

Alguns deles tinham uma única gota de sangue nas sobrancelhas, enquanto outros tinham várias gotas de sangue nas sobrancelhas. Entre eles, Chu Huan viu Aigu*, aquele que encontraram perto do portão da montanha e também viu o jovem desconhecido que fora encontrado pregado ao portão ...... 

[* Aigu 😰é aquele jovem com o corpo decepado, que o XiaoFang viu e ficou triste]

Todos eles caminharam atrás do novo Luge e ficaram quietos em uma fila.

Nanshan, que de alguma forma havia se aproximado de Chu Huan, e disse: "Foi assim que os guardiões do portão surgiram".

Os olhos de Chu Huan ainda não haviam saído do lago e ele perguntou, sonâmbulo, "Como isso aconteceu? Será que ele voltou dos mortos? Ou é uma cópia do ......"?

"Não", disse Nanshan, "é memória, é saudade".

Chu Huan olhou para trás com desconfiança, quando encontrou o olhar de Luge não muito distante, que ainda olhava para ele com um olhar menos que amigável, todavia, a incrível hostilidade que tinha existido anteriormente, desaparecera.

Este novo Luge não se apressou em gritar com ele, mas simplesmente olhou para Chu Huan com um rosto sombrio e um olhar penetrante.

Inconscientemente, Chu Huan perguntou de volta, "Memória? Saudade?...".

"O povo Li adiciona seus próprios pensamentos em seu sangue, esse sangue vai despertar a memória da fonte sagrada (Shengquan) sobre aquele que se foi. Os dois interagindo, recriarão uma pessoa, geração após geração os guardiões nascem assim". Nanshan disse: "Mas há uma diferença entre a pessoa de quem você se lembra e o que ela realmente era. Além disso, a memória da fonte sagrada é misturada, então, embora a nova pessoa seja muito semelhante à pessoa original, eles não são os mesmos; na verdade, conosco não aconteceria o mesmo, não é? Embora a criança possa se parecer muito com seus pais, ela não é a mesma pessoa. Não há ninguém igual no mundo.".

Chu Huan não pôde deixar de levar essas palavras enigmáticas de Nanshan para sua própria visão ética, pensando que, de acordo com isso, será que a fonte sagrada é a mãe e todos esses guardas da montanha seriam então os pais? Aqueles com várias gotas de sangue em cima, nascidos por causa das saudades de várias pessoas ...... seria como ter muitos pais?

Tais ideias eram muito absurdas. Chu Huan rapidamente balançou a cabeça e jogou-as fora sentindo que tal método de nascimento não pode ser chamado de "reprodução", usando o velho conjunto de ética social seria inapropriado.

Os guardas da montanha que ainda estavam do lado de fora vieram em grupos de dois ou três e moveram o corpo mutilado do guardião original para a fonte sagrada.

Juntos, os dois clãs lavaram os mortos na primavera sagrada (Shengquan), arrumando seus rostos e despindo-os de suas roupas sujas e ensanguentadas, como se ecoassem as palavras "nus e limpos".

O próprio Nanshan lavou, sozinho, os cabelos do Luge morto e amarrou-os em um coque bem arrumado.

Do começo ao fim ninguém falava, pareciam estar realizando uma cerimônia silenciosa e solene.

Chu Huan ficou parado e observou do início ao fim, ele nunca havia sentido um momento como esse em seu coração, que "a vida deve ser tratada de forma sagrada", e uma certa culpa indizível surgiu sobre ele como resultado.

Foi somente quando o longo ciclo de vida e morte terminou e os novos guardiões foram dispersos sob a liderança do novo patriarca que os guardiões da montanha tiveram que carregar os cadáveres, dos mortos como era o costume.

Somente então Chu Huan voltou à razão e recuperou seus sentidos e descobriu que ficara parado e não se movera por um longo tempo, tanto tempo que suas pernas ficaram dormentes.

Nanshan o puxou, "Temos que ir".

Chu Huan respondeu uma vez, mas quando se virou para sair, imerso no brilho da ebulição da água, uma última fervura da água do lago espirrou, e uma gota caiu em sua mão. Chu Huan acabara de experimentar uma grande batalha, mesmo que pudesse reagir com facilidade, seria impossível para ele, sair sem nenhum arranhão. E, por acaso, havia um pequeno ferimento nas costas da mão neste momento.

Aquela gota d'água parecia ter vida, tocando a pele imediatamente enterrada em sua ferida, o sangue que já havia parado rolou para fora.

Chu Huan: "Ei, você pegou a pessoa errada ......"

Ele não sabia o que aconteceria se seu sangue, o sangue de um forasteiro, caísse na água e, apressadamente, estendeu a mão para limpá-lo, mas as gotas de água, que estavam envoltas em sangue, eram muito engenhosas e automaticamente evitavam sua mão, e afundaram direto na água.

"Crash". Houve um estalo.

Nota de tradução:

Nosso elenco vai se completar agora!

Há muita cenas dentro das cavernas. Uma das artes oficiais do livro, traz uma dessas imagens

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