Indigente [COMPLETA]

By OkayAutora

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Em meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andaril... More

Capítulo 1 - R$ 1,45.
Capítulo 2 - Arte.
Capítulo 3 - Retrato.
Capítulo 4 - Trajes.
Capítulo 5 - Frio.
Capítulo 6 - Grãos.
Capítulo 7 - 38.
Capítulo 8 - Tempo.
Capítulo 9 - Humano.
Capítulo 10 - (Res)sentimento.
Capítulo 11 - Decisão.
Capítulo 12 - Recado.
Capítulo 13 - Rumos.
Capítulo 14 - Acolhimento.
Capítulo 16 - Recomeçando.
Capítulo 17 - Habituando.
Capítulo 18 - Provocação.
Capítulo 19 - Compensação.
Capítulo 20 - Aliviar-se.
Capítulo 21 - Despertar.
Capítulo 22 - Proteger.
Capítulo 23 - Início.
Capítulo 24 - Infância.
Capítulo 25 - Presente.
Capítulo 26 - Dilacerado.
Capítulo 27 - Arrependimento.
Capítulo 28 - Irremediável.
Capítulo 29 - Escolha.
Capítulo 30 - Distância.
Capítulo 31 - Inacessível.
Capítulo 32 - Flashback.
Capítulo 33 - Inconsistente.
Capítulo 34 - Esperança.
Capítulo 35 - Esperar.
Capítulo 36 - Conquista.
Capítulo 37 - Saudosista.
Capítulo 38 - Diálogo.
Capítulo 39 - Queda.
Capítulo 40 - Romantismo.
Capítulo 41 - Necessidade.
Capítulo 42 - Transparente.
Capítulo 43 - Solucionando.
Capítulo 44 - Festejando.
Capítulo 45 - Reivindicando.
Capítulo 46 - Cuidando.
Capítulo 47 - Retorno.
Capítulo 48 - Vínculo.
Capítulo 49 - Elo.
Capítulo 50 - Calúnia.
Capítulo 51 - Testemunha.
Capítulo 52 - Convite.
Capítulo 53 - Negócios.
Capítulo 54 - Coragem.
Capítulo 55 - Namorando.
Capítulo 56 - Sociedade.
Capítulo 57 - Comoção.
Capítulo 58 - Ciclos.
Capítulo 59 - Prestígio.

Capítulo 15 - Insegurança.

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By OkayAutora


Capítulo 15 — Insegurança.

— Namorar? — Ela indagou, admirando os olhos castanhos brilhantes dele.

— Sim, Mô. Se você não estiver me achando precipitado demais, é claro... — Ele coçou a nuca, constrangido.

— É um pouco rápido, mas eu quero, sim... — Ela respondeu, baixinho.

— Quer mesmo? — Eduardo abriu um sorriso ao ver que ela gesticulava afirmativamente com a cabeça.

Eduardo enlaçou o corpo daquela mulher que tanto estava se interessando nos últimos dias, se sentindo o homem mais sortudo do mundo. Monique já parecia ter chegado para ficar e não sabia o que faria caso a resposta dela fosse negativa.

Apertou cada curva dela, deslizou seus braços por todo o corpo saliente e suas dobrinhas charmosas, tudo nela era incrivelmente lindo e Monique o deixava louco. Eduardo roubou seus lábios com pressa em um beijo de comemoração, pressionando seu rosto contra o dela e sorrindo como um bobo.

Monique não deixou que ele se afastasse, mantendo o homem alto abaixado para aproveitar sua boca e também tocando-o nas costas, deslizando seus dedos pelos músculos ressaltados de cada região.

Eduardo quis tomar um pouco mais de liberdade, não sabendo se deveria, mas levou seus beijos para o pescoço dela, ouvindo-a murmurar baixinho. Ela dizia palavras desconexas, mas que apenas pareciam afirmar o quanto ela estava gostando daqueles toques. Então subiu suas mãos para as costas dela e ao provocá-la com mordidas na orelha, ouviu a porta da casa se abrir.

O instrutor se afastou sem graça enquanto Monique ajeitava a própria roupa, ainda desajeitada com os beijos atrevidos, tendo que encontrar uma forma de disfarçar quando sua amiga entrou.

— Oi, tô em casa!

— Oi, Mi! — Monique afirmou, com a moça arregalando os olhos, sem esperar ver alguém ali.

— Eu não sabia que você teria companhia, Nique... — A recém-chegada falou, constrangida.

— Achei que você ia passar a noite no Renato, então não avisei... — Monique sorriu sem jeito.

— Hoje não, ele foi viajar, então não vou pra lá. — A amiga sorriu, agora olhando curiosa para o homem ao lado.

— Ah, Michele, esse é o Eduardo. — Monique apresentou-os. — Edu, essa é a Mi.

— Ouvi falar muito bem de você. — A amiga cumprimentou-o.

— Igualmente. — Sorriu educado.

— Foi um prazer, Eduardo. Agora eu não vou mais incomodar vocês, ok? — Michele riu baixinho. — Eu vou para o meu quarto, tenho um trabalho da faculdade pra fazer.

A amiga deixou-os novamente a sós e Monique parecia constrangida enquanto Eduardo voltava a abraçá-la.

— Me desculpa por isso. — Ela afirmou, também abraçando-o. — O que você acha de ver um filme, hein?

Eduardo foi para a sala com Monique e ficaram juntos até o fim da comédia romântica que escolheram. Os dois limparam as embalagens dos doces que comeram durante o filme, com o instrutor verificando se não tinha deixado nada sobre o sofá antes de dizer:

— Acho melhor ir agora, Mô, já tá ficando tarde e não quero ficar te alugando o dia todo.

— Ah... Já? — Monique fez beicinho, recebendo um beijo do mais alto.

— A gente pode combinar algo na minha casa da próxima vez, se você quiser. — Enlaçou-a na cintura.

— Tudo bem, a gente combina. — Ela sorriu, ressaltando suas covinhas adoráveis.

Monique recebeu outro beijo, tendo que afastá-lo ao notar que as mãos bobas dele passeavam atrevidas em suas costas. Ela ainda se sentia receosa em ser tocada daquela forma e embora gostasse, tinha medo de deixar as coisas evoluírem de forma tão rápida. Após isso, ela o acompanhou até a entrada da casa, parando para se despedir dele.

— Até depois, namorada. — Eduardo falou, já de fora do portão, pegando-a de surpresa.

— Até, namorado. — Ela comprimiu os lábios, se acanhando em dizer em voz alta.

Monique permaneceu na calçada observando-o entrar no carro e partir. Era uma sensação esquisita pensar que agora tinha um namorado, principalmente quando olhava para Eduardo, ele era um homem dos sonhos e não podia ser real que alguém como ele estivesse tão interessado em si.

Uma culpa que não soube explicar começou a crescer em seu peito, o único homem que não costumava decepcioná-la era o seu irmão caçula por quem tinha tanto carinho, nem sequer sabia como lidaria com aquilo, há anos tinha prometido para si mesma que não voltaria a namorar e Eduardo mudou completamente seus planos.

Voltou para dentro de casa e foi procurar a amiga, não a via desde a hora que ela tinha chegado, sabendo que ela realmente estava respeitando o seu tempo com Eduardo.

Deu toques leves na porta do quarto dela, recebendo a permissão que queria para entrar e caminhou até a cama de Michele, vendo-a se levantar da mesa de sua escrivaninha, sentando-se juntas sobre o colchão.

— E aí, ele já foi? — A amiga indagou, curiosa.

— Sim, acabou de sair. — Monique respondeu, sem conseguir conter sua expressão desanimada.

— E por que você tá com essa carinha hein? — Michele afagou o ombro da amiga. — Aconteceu alguma coisa com vocês, Nique?

— Não, tá tudo bem... Esse é o problema, o Edu é perfeito. — Ela murmurou. — Eu não achei que tudo daria tão certo e achei que trazer ele aqui poderia me ajudar a descobrir algum podre dele, porque geralmente é fácil descobrir se alguém só quer te comer... Foi por isso que eu não falei pra você que eu tinha companhia, eu queria que você chegasse de propósito. Só pra eu não ter que ficar sozinha com ele.

— Poxa, mas eu fiquei com tanta vergonha, você poderia ter me avisado pelo menos. — Ela informou, acariciando os cabelos cacheados da amiga. — Você não pode ficar pra baixo se um cara é perfeito, Nique. Me diz... o que é que você tá pensando agora, hein?

— Algo me diz que não vai durar, que não vale a pena tentar de novo.

— Você sabe o que eu sempre digo quando esses seus pensamentos aparecerem, não sabe? Você tem que afastá-los de você. Você sabe que isso são só seus traumas falando mais alto. — Michele reforçou, vendo que a amiga a encarava, parecendo pensativa.

— Ele me pediu em namoro. — Monique falou, exibindo suas covinhas ao abrir um sorriso tímido.

— Jura, Nique?! — Arregalou os olhos, dando pequenos pulinhos sobre o colchão. — Isso é demais!

— Eu espero mesmo estar errada sobre ele... — Monique mordeu o lábio inferior com força.

— Confia em você. Você não pode nunca esquecer que você é incrível!

— Ai, Mi... Eu queria que fosse fácil assim, mas o que eu posso fazer por enquanto é esperar e confiar. Além de ter que apresentar ele ao Murilo.

— O seu irmão é ciumento, acha que vai dar certo apresentar esses dois logo de cara?

— O Murilo meio que já conhece ele, não se conversaram, nem nada, mas ele sabe que eu tava vendo ele, então não posso esconder isso por muito tempo. — Monique explicou. — Bom, vai tudo depender disso na verdade, se eles não se darem bem, não vai ter como rolar. O meu irmão é a minha única família e eu preciso da aprovação dele mais do que tudo.

♢♦♢

Fernando terminou seu banho e saiu do banheiro totalmente trocado. O aroma gostoso da cozinha exalava pelo corredor e isso fez com que procurasse o amigo, encontrando-o em frente ao fogão.

— Oi, você chegou em boa hora. — Carlos se aproximou dele com uma colher em mãos, a entregando. — Experimenta, me fala o que você acha.

Fernando segurou o talher e provou do molho, olhando para a expressão curiosa do outro, que buscava a resposta. Não sabia exatamente o que ele queria ouvir, mas estava bem temperado e agradável.

— Tá gostoso. — Afirmou.

— Não tá faltando sal?

— Pra mim, não. — Deixou a colher sobre a pia.

— Ah, que bom... Eu tenho um pouco de receio de errar no sal desde que morei em república na época da faculdade. Lá eles salgavam demais a comida e foi depois daí que eu tive que aprender a cozinhar pra mim, porque lá era quase impossível comer. — Carlos riu baixinho, desligando o fogo da panela de molho. — Você tá com muita fome? Tô com um rocambole de carne recheado no forno, tá quase pronto, mas se quiser posso fazer um lanche pra você enquanto espera ficar pronto.

— Não precisa, eu espero. — Fernando sorriu, vendo a preocupação do outro.

— Ah, Nando, eu precisava saber se amanhã você vai querer ir pro trabalho comigo. O que você pretende fazer amanhã? — O instrutor quis saber, tampando a panela antes de se afastar do fogão.

— Ah, eu acho que é melhor eu sair com você... — O artista respondeu, se envergonhando em pensar em como as coisas se prosseguiriam.

— Tem algum lugar para ir? Eu posso te levar. — Carlos indagou, vendo o homem lhe encarar timidamente.

— Qualquer lugar, só não acho certo ficar na sua casa enquanto você não está... — Fernando confessou, surpreendendo o outro. — Além de que eu deveria ir atrás dos meus documentos, pra poder dar um jeito na minha vida.

— Se for pelos seus documentos, então tudo bem, só não quero que se sinta expulso daqui. — Carlos respondeu, ainda notando a hesitação no outro. — De qualquer forma, eu vou te emprestar o meu computador pra você poder pesquisar essas coisas e até mesmo entrar nas suas redes sociais se você quiser.

— Eu não me importo com as redes sociais, mas eu realmente não faço ideia de onde começar e preciso de uma pesquisa...

— Então tá certo, depois do jantar você resolve isso... — O instrutor afirmou, agora abrindo um dos armários para pegar os pratos. — E logo estarei de férias também, então vou poder te ajudar com tudo.

Fernando sorriu outra vez, não conseguindo não se sentir satisfeito, esperava mesmo que Carlos estivesse certo e que logo pudesse ter seus documentos em mãos, com isso esperava ser o suficiente para poder deixar a casa dele e parar de incomodá-lo tanto.

A mesa foi posta e jantaram conversando sobre possibilidades de trabalhos temporários. Carlos, apesar de otimista em relação àquela próxima semana, sabia que aqueles próximos dias seriam decisivos para Fernando e era algo que queria para ele desde que o conheceu.

E com isso, o medo crescia, olhava para o homem consigo e sentia a responsabilidade pesar. Tudo o que estava fazendo precisava ser o suficiente para estruturar a vida dele novamente, caso contrário, não teria coragem de expulsá-lo, assim como imaginava que caso não conseguissem evoluir, tinha grandes chances de Fernando voltar para as ruas.

Carlos forçava um sorriso para camuflar que estava com medo de falhar, queria poder se manter forte para o artista até que ele pudesse fazer isso por conta própria.

Ao terminarem de jantar, a mesa foi retirada por Fernando e Carlos não teve a opção de ajudar, com o outro querendo limpar tudo sozinho. Deixou-o fazer isso enquanto preparava a marmita para o dia seguinte com o que havia sobrado, lembrando-se de que teria que se atentar ao que o outro comeria também.

O instrutor foi até seu quarto e encontrou sua carteira, pegando uma nota graúda e separando-a. Ao sair, levou seu notebook para o quarto de visitas e deixou o computador junto ao dinheiro sobre a cama do convidado.

Voltou para a cozinha e encontrou o artista enxugando o último prato antes de guardá-lo no armário. Não conseguiu evitar abrir um sorriso com o capricho dele, tendo que dizer:

— Obrigado, Nando. Você tá sempre me ajudando demais, vou ficar mal acostumado. — Riu baixinho.

— É o mínimo que eu posso fazer. — Fechou o armário, agora encarando-o. — Ah, você deixou sua marmita sobre a mesa e eu guardei na geladeira.

— Ah, tudo bem. — Carlos sorriu com a gentileza. — E falando nisso, eu deixei um dinheiro em cima da sua cama pra você comprar alguma coisa amanhã pra comer, tá bom?

— Não precisava disso, eu posso simplesmente levar uma fruta amanhã...

— Não, você vai passar provavelmente o dia todo andando no centro atrás das coisas para os seus documentos, então é melhor você parar pra comer em algum restaurante. Talvez nos outros dias você possa ir almoçar comigo lá na academia, mas pelo menos amanhã, vamos fazer assim.

— Tudo bem, obrigado...

— Eu também coloquei o notebook lá no seu quarto pra você pesquisar o que precisar. O usuário secundário não tem senha. — O instrutor explicou, logo voltando a dizer. — E sobre amanhã, eu costumo acordar cedo pra correr, não são todos os dias que consigo, mas tento ir sempre. E depois tomo o café da manhã lá pelas sete um pouco antes de sair, o que acha?

— Tudo bem, pode me acordar nessa hora.

— Combinado, então. Eu vou me deitar, mas se precisar de algo pode me chamar, tá? Nem que precise me acordar. — Carlos esclareceu, não evitando bocejar.

— Não se preocupe, tá tudo organizado. Eu vou dar uma olhada na internet e já vou dormir também. — Fernando respondeu, vendo-o coçar os olhos pelo sono.

— Tá ótimo, depois você me atualiza dessas coisas, ok?

— Pode deixar. Boa noite.

— Boa noite, Nando. Durma bem.

O artista esboçou um pequeno sorriso, vendo-o se retirar, sem conseguir dizer que com certeza dormiria bem. Desde que o conheceu, não havia uma noite sequer que ia dormir sem pensar nele e era com ele os seus melhores sonhos.

Carlos já estava em seu quarto e assim Fernando também voltou para o seu, encostando a porta, ainda sem conseguir tirar o sorriso de seu rosto, pensando que provavelmente estaria sonhando, aquilo era loucura demais. Viver ao lado de uma pessoa como ele era inexplicável e sentia que não era nem um pouco merecedor de tanta atenção.

Sentou-se na cama, pensando no quanto aquele homem mexia consigo, ele não parecia ser daquele mundo. Fernando apenas notava o farfalhar do vento nas árvores lá fora, destacando o absurdo silêncio daquela casa pelo horário da noite. Tendo a certeza de que a voz de Carlos era a coisa mais deliciosa que já tinha ouvido, simplesmente não se cansava de poder ouvi-lo.

Fernando tentou desviar-se daquele sentimento, ficando apreensivo por não conseguir conter o que sentia como queria. Apenas se lembrando da última vez que um homem havia feito aquilo consigo, recordando-se do desastre que tudo tinha se transformado. Torcendo para que se livrasse daquelas fantasias em breve, antes que acontecesse novamente e sua amizade com Carlos sofresse as consequências. 

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