Capítulo 13

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Não adianta

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Não adianta. Indiferente do que eu faça, não consigo parar de pensar no que aconteceu à dois dias atrás. Por mais que eu tente e me repreenda todas as vezes, sou incapaz de tirar aquela bendita noite da cabeça, pior, aquele bendito garoto.

Não consigo!

Seu toque, seu calor, seu cheiro. A forma como me olhava. Tudo está impregnado em mim tão intensamente e de tal forma que chega à ser um pouco assustador. Muito assustador. Porém, entre todas essas coisas que têm tirado o meu sono, nada se compara a marca enorme que enfeita o meu pescoço nesse momento.

Céus, como aquele garoto foi capaz de fazer tanto estrago com um simples chupão?! Ok, ok, não foi um simples chupão e sim o mais delicioso que já recebi na vida, que só de lembrar deixa-me louca. E essa sensação unida à tudo o que ocorreu naquela balada me faz pensar que, se aquele pivete conseguiu me abalar desse jeito com um beijo no pescoço, tenho até medo de imaginar o que aconteceria se nós...

– Mas pelo amor de Deus, Any! Que tipo de merda você está pensando?!

Praticamente grito e balanço a cabeça freneticamente, horrorizada com o rumo que meus pensamentos estão tomando. Credo em cruz.

– Ele é seu aluno, mulher louca. A-l-u-n-o!

Dou uns tapinhas nas bochechas para tomar vergonha na cara. Observo a marca através do espelho mais uma vez e suspiro, voltando a passar maquiagem para cobrir o presente que recebi do mimadinho egocêntrico do terceiro ano.

– Any, você está pronta? - Sofya grita.

– Quase.

Mais umas batidinhas de base e então confiro o trabalho que fiz, à procura de qualquer vestígio do roxo. Olho, olho, e assim que convenço-me de que está bem escondido, pego os materiais e vou de encontro a minha amiga na sala, preparando-me para a segunda parte do pesadelo: encarar Noah Urrea.

Eu estaria mentindo se dissesse que não estou nervosa com isso.

– Pegou tudo?

Minha amiga pergunta e eu consinto. Ela pega a chave do carro e como fazemos todas as manhãs, entramos em seu Hyundai i15 verde tagarelando sobre qualquer coisa e dispararmos rua à fora, em menos de três minutos, logo que nos ajeitamos nos bancos.

Paramos no Starbucks da avenida principal para comprar nossos amados bolinhos e dois copos grandes de café - por pura gula - e seguimos o caminho do colégio em nossa rotineira combinação de velocidade, comida e canções cantadas à plenos pulmões, que combinou com alguns farelos de bolinho voando indevidamente.

– Nem acredito que chegamos mais cedo. – Sofya comenta assim que estaciona diante o colégio de paredes brancas.

– Nem eu.

– Tudo isso é vontade de encontrar logo o Lamar?! – dá risada.

– Deixe de ser boba. – reviro os olhos.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Where stories live. Discover now