Any Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...
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A manhã segue normalmente, mas como felicidade de pobre dura pouco, a minha acaba no instante em que os meus olhos batem na figura de Adrian no final do corredor.
Mais especificamente, em frente a porta da sala da diretora.
As imagens da sexta-feira passada ressurgem e sinto o maxilar travar de raiva. Embora tudo esteja bem entre Noah e eu, aquele acontecimento poderia ter custado mais do que eu poderia suportar.
E só de pensar, fico extremamente irritada.
Quando esse inferno vai acabar, afinal?
Com passos pesados, que fazem o som dos saltos ecoarem no corredor, caminho rumo a sala dos professores e finjo propositalmente não o ver.
Entro e cumprimento os meus colegas, e Lamar se ergue de sua cadeira assim que eu sento na minha.
– Bom dia. – fala, sorrindo de leve.
– Bom dia.
Ajeito as pastas sobre a mesa e guardo a bolsa debaixo dela. De soslaio, percebo Lamar se inclinar para chegar mais perto. Nenhum dos outros professores acham esse comportamento estranho, afinal, sempre agimos dessa forma.
Sem contar que todos ainda acreditam que estamos namorando. Ele então sussurra:
– Conseguiu falar com o Noah?
Sua pergunta me pega relativamente de surpresa. Contudo, lembro-me que ele é o meu mais novo cúmplice e que - mesmo de maneira desajeitada - me ajudou no karaokê. Com tantas coisas que aconteceram desde a noite de sexta, me fugiu completamente.
– Ah, sim. – respondo, meio sem jeito – Nós conversamos.
– Espero que tenha dado tudo certo.
Balanço a cabeça, consentindo, e ele sorri. Nós nos observamos por um breve instante e, não sei exatamente o porquê, mas o meu colega está um tanto diferente. Será que é só impressão minha?
Bem, levando em consideração que as minhas impressões anteriores estavam certas, talvez eu deva ficar com os olhos abertos.
De repente, a porta da sala é aberta e Charlotte entra na companhia de Adrian. Tanto eu quanto Lamar ficamos em alerta. No entanto, nos levantamos como manda o bendito protocolo.
Os olhos do meu ex imediatamente recaem sobre mim, e revezam entre o meu rosto e o do homem ao meu lado. Ele tenta manter a pose de superior, mas é nítida a contrariedade em seu semblante.
Tenho vontade de mostrar o dedo do meio, contudo, mantenho a minha pose de profissional.
– Olá. Bom dia, professores. – a diretora diz, num tom ameno desconhecido por nós.
– Bom dia. – respondemos em uníssono. Adrian também nos dá bom dia, mas eu me limito a ficar calada. Charlotte não parece notar para encher o meu saco, então que se dane.
