Capítulo 107

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Acordo assustada

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Acordo assustada. Meu coração bate rápido, e sinto o suor escorrendo e a respiração ofegante. Além do tremor nas mãos que não nega o meu abalo.

Rolo no colchão, ficando de barriga para cima. Encaro o teto branco enquanto tento controlar as minhas agitadas emoções e me forço a entender que o sonho que repassa dentro da minha cabeça não foi mais do que isso: um sonho.

Já é a terceira noite essa semana.
Desde que eu vi aqueles dois homens observando a nossa casa e a do Noah, eu não tenho sossegado. Admito que algumas vezes pensei estar paranoica demais com essa história. Afinal, assim como disseram, isso é algo normal.

Contudo, ainda que eu não tenha voltado a vê-los rondando por aqui ou no bairro do meu garoto, e seja "comum" vizinhos observarem a casa dos outros ou pessoas interessadas em alugar uma loja olharem para ela, alguma coisa me faz crer que, em ambos os casos, isso não se aplica no que aconteceu conosco.

Se o carrapatinho atrás da minha orelha reapareceu e teima em continuar incomodando, significa que alguma coisa não está certa. E, para o meu azar, ele nunca errou. Torço para que dessa vez seja uma exceção.

Um pouco mais calma, decido ir atrás de um copo com água. Levanto e nem me preocupo em colocar os chinelos, apenas caminho descalça em direção a cozinha, surpreendendo-me ao encontrar Bailey parado diante a pia e lavando uma tigela.

Ele me olha por cima do ombro e dá um sorriso sonolento.

– Por que está acordado à essa hora? – indago, abrindo o armário para pegar um copo.

– A Sofya teve outro daqueles desejos estranhos.

– O que foi dessa vez?

– Macarrão com pimenta com iogurte de morango.

Faço uma careta enojada e Bailey sorri, dando de ombros, já acostumado.
Os desejos de grávida da minha amiga só pioram com o passar dos dias. Anteontem, foi abobrinha com chocolate e na semana passada uma mistura bizarra de melancia com peixe.

– E você? O que faz acordada tão tarde? – ele pergunta.

– Tive sede. – balanço o copo – A propósito, por que está lavando louça?

– Aproveitei que a Sofya acabou de dormir e vim lavar a tigela.

– Poderia ter deixado que eu limpava de manhã.

– Não quis incomodar.

Dou-lhe um tapinha amistoso no braço, como sempre faço quando quero dizer que não deve se preocupar com essas coisas, e o garoto apenas sorri sem jeito.

Encho o meu copo com água e sento de frente para o balcão, bebericando devagar o líquido; Bailey põe os utensílios limpos no suporte e recosta-se no batente da pia, virado para mim. Nós nos observamos quietos enquanto ele seca as mãos com um pano, e então sua pergunta rompe o silêncio:

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde as histórias ganham vida. Descobre agora