Capítulo 126

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Procuro afastar os pensamentos desnecessários e vou brincar com os dois pestinhas

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Procuro afastar os pensamentos desnecessários e vou brincar com os dois pestinhas. Vim para espairecer e me distrair, e é exatamente o que farei. Ao menos por hoje.

O jantar é divertido. Conversamos, rimos. Gosto de estar com Bailey e Sofya, e também com as crianças. Esse clima familiar é aconchegante e, apesar de (reconheço) sentir certo ciúmes as vezes, tenho-os como um exemplo.

Não sei se um dia chegarei a amar outra mulher com tanta intensidade, mas farei o possível para construir uma relação bacana com ela.

A hora da sobremesa, como presumi, é uma festa. Liam e Minah se lambuzam com o bolo de chocolate, e eu recebo olhares nada amistosos da Sofya. Mas, no fundo, sei que só está implicando comigo. Até porque, ela mesma já comeu dois pedaços (enormes, diga-se de passagem).

Perto das nove, uma hora depois do habitual, Soso consegue colocar as crianças para dormir. Indiscutivelmente, o açúcar deixou os dois elétricos. Ela retorna para a sala, onde Bailey e eu estamos conversando acompanhados de duas garrafas de cerveja, e senta nas pernas do marido, lançando uma das almofadas na minha direção e da qual eu desvio com sucesso. Sorrio.

– Eu deveria ter obrigado você, espertinho, a colocá-los para dormir.

– Desculpe. Prometo que não trago bolo da próxima vez.

– Mentiroso!

Dou de ombros. O que posso fazer se estou mesmo mentindo?

– E então, conte como foi a turnê. – Bailey pede – Conseguiu visitar algum lugar legal?

Durante um bom tempo, papeamos sobre as minhas viagens e os shows que fizemos ao redor do mundo nos últimos meses. Conto sobre os lugares que visitei, mesmo que somente de passagem, sendo a praça Leidseplein em Amsterdã, o meu favorito.

Em determinado momento, entre risadas e goles de cerveja, avisto a foto de casamento deles (que não pude comparecer devido ao trabalho) sobre a estante e toda a minha tranquilidade se vai. Recordo do convite que recebi um pouco antes de voltar a viajar e de toda a dor que senti ao compreender que era para valer. Ela realmente saiu da minha vida e seguiu ao lado daquele que confiei fazê-la feliz, o que eu não pude fazer.
Incapaz de conter o amargor em minha voz, comento:

– Deve ter sido um bonito casamento.

Inevitavelmente, toco a aliança que levo presa no pescoço todos os dias há sete anos.

Nenhum deles responde, porém, percebo que se entreolham. De novo, o meu coração se afunda. Dou um gole largo na bebida. Não sei porque raios eles enviaram um convite para mim, mas, definitivamente, eu não teria aparecido naquela cerimônia.

Apesar de eu ter colocado um ponto final em nosso relacionamento, vê-la trocar alianças com outro homem seria como uma sentença de morte.

– A cláusula terminou? – meu amigo pergunta, mudando de assunto.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde as histórias ganham vida. Descobre agora