Capítulo 104

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Volto equilibrando os três pratinhos, com pedaços relativamente grandes do bolo de chocolate

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Volto equilibrando os três pratinhos, com pedaços relativamente grandes do bolo de chocolate. O assunto cessa por um instante. Pouso-os na mesinha improvisada que fiz, mas, como imaginei, nenhum de nós sequer olha para eles.

Sento na cadeira em que estava e no mesmo segundo Noah atrai a minha mão para a sua e entrelaça os nossos dedos.

– Como eu estava dizendo... Acha mesmo que essa idéia dará certo? Combinamos que teria até os vinte para conseguir entrar em uma agência e...

– Eu acabei de fazer dezenove anos. Mais precisamente, ontem, como você mesmo sabe. Se não me falha a memória, acredito que ainda tenho um ano inteiro até completar vinte. – responde de maneira debochada e eu reprimo uma risada.

Nico franze as sobrancelhas e solta o ar com força.

– Já se passaram quase quatro anos, Noah. Você não pode ficar brincando para sempre. Sabe que temos responsabilidades e...

– Eu já cansei de dizer que não vou passar os meus dias trancado em um escritório. Não é o que eu quero para mim. Se o papai gostava dessa vida e você também gosta, tudo bem, mas eu não gosto e ponto final.

Apesar de parecer alheia, escuto detalhadamente o que dizem e o desenrolar dessa conversa está me deixando mais e mais confusa.

Foram raras as vezes que Noah mencionou os pais, tanto que eu não faço a mínima ideia do que eles são ou o que fazem. Menos ainda que o pai dele poderia ser um empresário e que, conforme o que Nico fala, deixou a tal empresa, ou seja lá o que para os filhos administrarem.

Esse diálogo entre os dois está me mostrando que eu sei bem menos do que imaginava. Para ser sincera, acho que eu não sei de absolutamente nada sobre ele, à não ser o que ele me permite conhecer. Ou seja, quem ele é agora e o que pretende ser no futuro. Seu passado continua sendo um mistério.

Quero respeitar a sua decisão de não contar sobre a sua vida antes de chegar a Londres ou a sua família. Porém, tenho que admitir que me chateia um pouco.

Será que não confia em mim? Será que o que temos não é tão forte quanto imaginava?

- Sério que você veio até aqui para me convencer a voltar?

– Vim para parabenizá-lo pelo aniversário de dezenove anos. Contudo, não creio que tentar colocar um pouco de juízo na cabeça do meu irmão mais novo seja algo errado.

Pela primeira vez desde que o irmão chegou, Noah dá um sorriso. Contrariado, mas ainda é um sorriso. O Urrea mais velho também sorri. E eu? Bom, só observo.

– Não é errado. Mas o "seu juízo" está longe de ser o que eu quero tomar.

– Acha que vai chegar aonde com esse tipo de atitude? Por que não aceita logo o seu lugar? Eu já consegui consertar a burrada que você fez.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde as histórias ganham vida. Descobre agora