Agindo como combinamos, bato a mão na porta para fingir que estou entrando a força e, com o peito carregado de ansiedade, abro a porta do quarto de supetão e deparo com Any bem a minha frente. E se antes estava ansioso, agora estou muito mais.
Nos encaramos por um longo instante. Ah, como eu quero beijá-la. Eu sinto a sua falta e, apesar do ódio que tenta demonstrar, vejo que também sente a minha.
Seus olhos não negam.
– Como ousa? – vocifera.
– Precisamos conversar.
– Não temos nada o que conversar, moleque. Agora dê o fora da minha casa!
Inconscientemente, franzo o cenho. Detesto quando me chama assim.
– Isso é invasão de propriedade. – diz, presunçosa – Eu posso chamar a polícia, sabia?!
– Chame. Pode chamar.
Nem um pouco disposto a dar o braço à torcer, lanço um olhar tão arrogante quanto o seu, e me aproximo lentamente de si.
– É melhor você sair daqui, Urrea, ou não me responsabilizo pelo o que vai acontecer. Vamos, saia daqui!
Ela dá um passo para trás e mais outro, e eu continuo avançando. Sem desviar a atenção de seu lindo rosto, vou em sua direção e me surpreendo ao vê-la saltar a cama e se põe do outro lado. Ainda mais quando apanha a primeira coisa que encontra no chão e estico em minha direção, como uma ameaça. É um tênis.
Seria cômico se não fosse trágico.
– Eu já falei para sair daqui, porra! – grita, aflita – Desapareça!
– Eu não vou sair daqui até que me escute!
Determinado a resolver a situação de uma vez por todas, não fraquejo diante a sua rejeição, mas antes que eu perceba e já estamos discutindo como dois loucos. Por mais calmo que eu tente ficar, Any não parece estar nenhum pouco propensa a me ouvir e tudo piora no instante em que solta:
– Eu sei muito bem o que irá dizer, moleque! O seu querido Joshua já esclareceu as coisas, se é isso o que pretende.
Surpreso com o que acabo de descobrir, tento me aproximar outra vez, mas aos ser ameaçado, detenho o passo e mantenho os olhos sobre si.
– Quando se encontraram? – pergunto, atordoado.
– Isso não interessa! O que importa é que já sei o bastante.
– O que ele disse? O que ele disse?
– O que?! Está assustado com o que eu possa ter descoberto? – caçoa – Ele contou toda a verdade, oras. Dois anos, não é?!
Caralho, Joshua! Sério que você fez isso?!
Respiro fundo uma e outra vez, buscando me acalmar para não sair daqui e ir direto quebrar a cara de certa pessoa, e, ciente de que não há mais o que esconder, murmuro:
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𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃
RomanceAny Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...