Capítulo 112

408 44 17
                                    

– Vamos deixar que o veja sozinho

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

– Vamos deixar que o veja sozinho. Depois o visitaremos. – Noah sugere.

– Valeu!

Com as palmas das mãos suando e frias de novo, sigo a enfermeira através do corredor lateral e dobramos a segunda porta a direita. Há um grande vidro, cobrindo toda a extensão da parede, e de onde posso ver vários berços um ao lado do outro.

– Nós estamos esperando a mãe descansar um pouco e logo mais o bebê poderá ir para o quarto individual, ficar ao lado dela. – a enfermeira explica enquanto eu procuro ansiosamente o bercinho do meu filho – Venha, vamos entrar.

Visto uma touca e um avental de mangas longas, além das luvas e uma máscara, tudo para proteger os recém-nascidos. Volto a segui-la e paramos diante um dos bercinhos, e ela sequer precisa dizer que esse é o meu menino, porque sinto isso no meu coração.

– Quer segurá-lo?

Só concordo, sem falar. Há um nó na minha garganta.

A enfermeira pega-o com cuidado e explica como devo segurá-lo. Um pouco temeroso, retraio no instante em que ela o coloca nos meus braços, mas vou relaxando conforme tomo consciência do seu corpinho. Meus olhos enchem-se d'água. Toda a tensão, o medo, a ansiedade. Tudo se vai. Tudo desaparece e só existe ele.

– E aí, meninão?! – murmuro com a voz embargada – Eu sou o seu papai.

Tão pequeno. Tão frágil e... Tão lindo.
Inevitavelmente, eu começo a chorar. Acaricio os chumaços de cabelinhos escuros e ralos no topo da sua cabeça e sorrio feito um grande idiota.

Eu nunca imaginei que poderia sentir uma felicidade dessas.

A enfermeira me observa com uma expressão gentil e então fala:

– Ele está usando a manta do hospital, porque a mãe não pôde, devido as circunstâncias, trazer a mala com os pertences deles. Seria bom que vocês pedissem para alguém ir buscar. É mais cômodo para a estadia deles nos próximos dias.

Porra! Esqueci completamente a mala deles no quarto.

Tenho que ir ou pedir para a Any ou o Noah.

– Tudo bem. Eu vou resolver isso.

Devolvo toda a atenção para o meu filho, dormindo tranquilamente no meu colo. Fico absorto em seus traços, suas mãozinhas e na forma como mexe o narizinho. Nem dou importância para as lágrimas secas em minhas bochechas. Estou encantado demais por esse serzinho para me preocupar com coisas tão banais.

– Ei, garotão. Alguém já disse que você é um rapaz bonito?

– Ele é muito parecido com você.

Levanto a cabeça depressa e me surpreendo ao encontrar justamente quem eu menos esperava - mas, no fundo, queria que estivesse comigo nesse momento também.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde as histórias ganham vida. Descobre agora