Any Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...
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Quatro meses se passaram em um piscar de olhos. Estamos em julho e em poucas semanas entramos em férias de verão, que irão até o final de agosto.
Mal consigo acreditar que tanto tempo se passou desde aquele incidente com Adrian no estacionamento do colégio. Talvez o fato de eu saber que ele foi direto para a cadeia depois de deportado para a Espanha e que não voltará a infernizar as nossas vidas tenha feito os meses correrem mais depressa do que o normal.
Apesar de eu ter decidido juntamente com Noah de esquecer tudo o que aconteceu a partir daquele momento e também de não abrir uma queixa de agressão, uma vez que fazê-lo colocaria o nosso relacionamento em evidência, admito que fui curiosa o suficiente para perguntar ao Lamar como as coisas se sucederam depois que saímos de lá. Foi engraçado ouvi-lo dizer como aproveitou para dar uns safanões no meu ex-namorado enquanto a ambulância não chegava e como foi reconfortante relatar para a polícia todos os podres que aquele cretino havia cometido.
Ao que parece, o meu colega de trabalho (e amigo) usou algumas de suas conexões na polícia, um tal agente chamado Yuri, para que Adrian fosse mandado de volta para o seu país e pagasse por tudo o que devia.
Por sorte, mais ninguém ficou sabendo sobre a tal circunstância. Sorte que a circulação naquela área perto do colégio é bem fraca devido ao horário e quase ninguém viu a briga, o que nos poupou de sérios problemas. Ainda suspeito que o zelador possa ter visto alguma coisa, mas como o bom reservado que é, não disse ou fez menção a nada. Será que Lamar deu um jeito nisso também? Tipo suborno?
Bom, eu não sei. No entanto, agora tenho mais vergonha de passar por ele. Já que, além disso, também usei o seu armário algumas vezes para transar escondido. Os professores não ficaram surpresos quando souberam da prisão de Adrian e a diretora, bem, esta somente o queria ardendo no inferno. Então simplesmente deu de ombros e não comentou sobre o assunto.
Como desconfiávamos, descobrimos que Charlotte e Adrian estavam mesmo dormindo juntos. Infelizmente, ela foi mais uma que caiu na lábia daquele mau caráter e não era de se admirar que ficaria tão arrasada quando a verdade veio à tona e percebeu como foi usada. E nem preciso dizer que o humor dela foi de mal a pior.
Fora esse alvoroço causado pelo "ex-investidor" do colégio, as coisas caminharam normalmente nos últimos meses. Depois de tantas contrariedades, enfim, retomamos o nosso cotidiano. Eventualmente, a história do meu namoro com Lamar se resolveu (para o alívio de um certo coelhinho). Inventamos uma desculpa qualquer e todos se deram por convencidos. Até tivemos que atuar estarmos chateados um com o outro.
Mas, passados uns dias, voltamos a conversar como se nada tivesse acontecido e fossemos duas pessoas maduras, que sabem separar a vida pessoal da profissional.
Lamar e eu viramos grandes amigos, embora, lá no fundo, esteja claro que continua nutrindo sentimentos por mim. Sofya está com a barriga relativamente grande e redonda, come mais do que um batalhão e o seu humor varia entre rir para o nada à odiar qualquer ser vivente do universo. Às vezes, ela fica tão insuportável, que sou obrigada a controlar a vontade de mandá-la para a Groelândia, principalmente quando usa a desculpa dos "hormônios" para agir como uma verdadeira tirana prenha. Mas, num geral, eu deixo passar. Porque já enchi muito o seu saco como os meus pitis ao longo dos anos.
