Any Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...
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Na companhia dos demais professores, vou em direção a nossa sala e permanecemos em silêncio mesmo depois de entrarmos nela. Sento diante a minha mesa e é nesse momento que percebo que Lamar não está entre nós. Onde se meteu?
Ah! Deve estar comemorando o êxito do plano com Noah. Não duvido nenhum pouco. O que me lembra: eu ainda devo escolher entre esganá-los ou agradecê-los.
Uma das copeiras do nosso refeitório traz café e eu peço para que deixe um copo sobre a mesa de Lamar, alegando que ele voltará logo. Beberico do copo que seguro algumas vezes e, nem cinco minutos se passam, e o coautor da vingança contra Adrian entra na sala. Me levanto de supetão e sua reação a minha fuzilada é imediata.
Chamo-o com o dedo e esse gesto é o bastante para que entenda que sei de tudo.
– Eu deveria matar os dois! – sussurro para que mais ninguém nos ouça.
– Então, você já sabe?
– E teria como não saber?!
– Olha, eu até pediria desculpas, mas não vou. Sabe por quê? Porque ele mereceu!
Respiro fundo e desabo sobre a cadeira. Ele tem razão. Adrian mereceu.
Para ser sincera, eu não estou realmente brava pelo o que fizeram e sim pelo risco que correram ao realizar aquilo.
Óbvio que a diretora vai procurar os responsáveis e eu espero que nenhum dos dois seja pego. Especialmente o garotinho impulsivo que está a um passo de se formar.
– Estou pouco me lixando para o fato de que o Adrian tenha sido humilhado. Na verdade, foi muito bem merecido, como você mesmo disse. Eu só estou receosa de que a Charlotte descubra que foram vocês e...
– Não se preocupe. – Lamar diz – Eu duvido muito que ela investigue quem expos o Adrian. O cara é um empresário inescrupuloso, que veio representando uma instituição mais inescrupulosa ainda. Sem contar que a Charlotte deve estar com o coração partido. Ela vai ferrar com aquele cara, escute o que estou dizendo.
Tento segurar a risada, mas é em vão. Solto uma gargalhada e Lamar me segue.
Sei que não deveria estar rindo do conto de fadas desmoronado da minha chefe. Mas, por incrível que pareça, eu só desejava que ela abrisse os olhos para conhecer quem de fato era o seu "príncipe encantado" - não tão encantado assim.
Durante o tempo em que ficamos à espera da diretora, Lamar e eu conversamos, e ele conta por cima a história desse plano mirabolante. Quero saber mais detalhes, porém, é evidente que só saberei mais quando falar com o cabeça da operação.
Ou seja: Noah Urrea.
Num estrondo, a porta da sala dos professores é aberta e Charlotte aparece, com o rosto mais vermelho do que um pimentão e soltando fumaça pelas orelhas. A julgar por seu péssimo humor, presumo que a coisa foi majestosamente feia.
