Veja bem, não estava nos meus planos vir parar aqui. Mas depois de tantas garrafas de cerveja, algumas doses de tequila e uma ansiedade que não cabia em mim, fazer aquela ligação e aparecer na porta de quem eu menos imaginaria soou como uma boa ideia.
Só que, depois de ficar sóbrio com o trajeto de quase quarenta minutos e comer as balas que eu encontrei no bolso da jaqueta, já não parece tão boa assim.
Observo a fachada do prédio da classe média por um instante e enfio as mãos nos bolsos, pensativo. Apesar de eu ter planejado essa conversa para acontecer o mais rápido possível, provavelmente ainda amanhã, dar as caras em plena madrugada, às duas da manhã e praticamente sem aviso, não foi a coisa mais sensata a se fazer.
Pois bem, se estou aqui de qualquer forma, vamos logo acabar com isso.
Aperto o número no interfone ao lado da entrada e não demoro a ser atendido. A porta se abre e eu vou direto para o elevador no final do corredor bem iluminado, apesar do horário. Pressiono o botão do quinto andar e me recosto no espelho.Meus pensamentos trabalham à mil. Eu ainda não sei exatamente o que fazer, só tenho uma vaga noção do que pretendo. Contudo, preciso começar por algum lugar e espero que esse seja realmente o primeiro passo dentro desse tempo limitado.
As portas da caixa de metal se abrem e de imediato encontro-o parado em sua porta, a alguns metros de distância. Ainda com as mãos nos bolsos, começo a caminhar, observando-o com os braços cruzados e me olhando com as sobrancelhas franzidas, como se tentar bancar o "machão" fosse surtir efeito comigo.
Ah, faça-me o favor!
Se não tivéssemos assuntos em comum, eu riria da sua cara.
– Eu não acredito que você está aqui, ainda mais bêbado. – é a primeira coisa que diz, assim que me aproximo.
– Eu não estou bêbado.
– E esse cheiro?
Dou de ombros, parando bem a sua frente.
– Eu disse que não estou bêbado, não que não bebi. – eu respondo.
– Você tem consciência de que só tem dezenove anos, não é?!
– Já sou maior de idade. Não estou indo contra a lei, professor.
Solto, sem poder conter o meu deboche. Lamar passa a mão no rosto e suspira.
– O que está fazendo aqui, Noah? Imagina o susto que eu tomei ao receber a sua ligação?! A propósito, como conseguiu o número do meu celular?
– Primeiro: eu consegui o seu número com um conhecido da classe onde é responsável. Segundo: admito que não foi a melhor das ideias aparecer aqui à essa hora, mas trata-se de algo importante. E antes que pergunte, eu não vim aqui como o seu aluno, eu vim aqui como o homem que sou.
ESTÁ A LER
𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃
RomanceAny Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...