Epílogo

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Sete anos

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Sete anos.

Em sete anos, muita coisa muda: pessoas, lugares, a vida, sentimentos, nós mesmos.

Bem, era o que eu pensava. Talvez, sim, muitas coisas mudem ao longo do tempo. Porém, eu aprendi que, se verdadeiros, alguns sentimentos continuam conosco independente dos anos e da distância, e das mudanças pelas quais passamos.

O amor, por exemplo. Não é de hoje que ouço dizer que o amor não resiste a separação e simplesmente se esvai, ou que a ideia de um amor eterno não existe ou é raro de acontecer. Se é verdade ou não, sinceramente, eu não faço ideia.

A questão é que eu fui um dos que teve a sorte (e o azar, afinal, não é fácil amar alguém estando tão longe) de experimentar um amor verdadeiro e eterno, e ser correspondido ainda por cima.

Ela foi o meu primeiro amor e, inacreditavelmente, o único.

Lembro-me até hoje da frase que ela disse para mim na época do colégio: "Às vezes, amar implica muitas escolhas, algumas delas são difíceis." Naquela época, eu não imaginava o quão doloroso seria realmente quando me deparasse diante de uma escolha. Mas então veio, e dar um fim ao nosso relacionamento me partiu em dois.

Ela foi tão compreensiva, apesar do choro que pude ouvir do outro lado da linha, que cheguei a sentir raiva. Claro que a Any nunca colocaria as suas vontades à frente dos meus sonhos. Eu sempre a admirei e respeitei por estar ao meu lado, apoiando-me a perseguir os meus objetivos, quando ninguém mais o fazia.

Contudo, teve vezes em que eu só queria que ela dissesse para eu desistir de tudo e voltar, embora (no fundo) fosse apenas uma maneira de tirar a culpa dos meus ombros por querer abandoná-la para seguir a carreira na música. Porém, ela não fez. Outra vez, me apoiou e disse que eu deveria seguir o que o meu coração mandava. O meu coração a desejava, mas grande parte dele também queria perseguir o meu sonho.

E foi assim que nossos caminhos seguiram rumos diferentes.

Eu não voltei a procurá-la por medo e vergonha. Apesar de, vez ou outra, acessar as suas redes sociais e perguntar aos meus amigos se ela estava bem. Nem mesmo para buscar os meus pertences em nossa antiga casa, tarefa que entreguei ao Bailey e que me rendeu sermões intermináveis. Preferi deixá-la viver a própria vida sem se preocupar comigo, sem sofrer com as promessas que eu não poderia cumprir.

Mas doía. Doía de verdade.

Me anestesiei com a ideia de que outra pessoa, que também a amava (porém, infelizmente, não era eu), estaria fazendo-a feliz. E fui em frente. O amor sempre esteve lá, enraizado no meu peito. Sempre! E no momento em que descobri que ela não havia se casado e eu tive a oportunidade da segunda chance, estava disposto a tudo para que déssemos certo. Não cometeria o mesmo erro de novo.

Como eu disse, muitas coisas mudaram ao longo desses sete anos. Apesar de nos amarmos, não seria do dia para a noite que tudo voltaria a ser o que era. Até porque, eu virei uma celebridade e a minha vida se tornou caótica e corrida, e aparecer com uma esposa repentinamente seria um estardalhaço e tanto.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde as histórias ganham vida. Descobre agora