Valete E Vagabundo

0 0 0
                                    

Enquato gira o pião no pátio
Riem-se os anjos no parapeito da janela
Num clima quase denso, quase apático
Sussura-me aos ouvidos a vontade que me apela

Enquanto um beijo ao escondido da noite se revela
Desencadeia-se o valor da esperança
Trago-te junto à lampela,
E a minha alma, na tua descansa.

Desgraça minha se um dia te perco
Os céus haveriam de chorar
O mar haveria de gritar
Desgraça minha se um dia viras espectro.

Talvez se contem as histórias
Dos tempos em que te tenho junto a mim
Das lendas do valete, do vagabundo e as suas memórias
Parábolas que se escrevem em cetim.

Quem nem a Alemanha nos afunde,
Ou a América nos cegue
Que sejam mais as horas que àquilo que o tempo nos empregue
Sejamos o que nos une.

São mais as lágrimas do vagabundo,
Que cada gota de oceano no mundo,
E do valete são as flores do átrio
Nem as vê, ao lançar o pião no pátio.

Azure. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora