O Fim.

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No fim das palavras sempre terei o sentimento da angústia.
No fim dos actos estará comigo a dor do arrependimento.
Ao findar dos olhares apaixonados, já terei eu nadado em todos os lagos.
Quando acabar a saudade do meu peito.
Não saberei que mais sentir neste leito.
Andando. Quase que sonhando.
Vou viver esta vida.
No fim de todas as canções. Só o silêncio me acompanhará.
E nada mais me magoará.
E quando chegar. A altura de desabar.
Não vou falar. Não vou gritar
Juro que não vou saborear.
Juro que não vou disso ousar.
E não me ouvirás cantar.
Não me Verás sonhar.
Nem muito menos me irás encontrar.
Quando for fim. E as pétalas das rosas tiverem caído.
Assim.. Num momento quase sofrido.
Estarei no céu com as estrelas.
A viver por elas mesmas.
No findar das lamúrias e choros que dei ao mundo.
Darei à luz as cores perdidas.
E nunca mais verei, as negligências do povo.
No fim dos fins.
Nada mais resta senão aquela dor nos rins.
Aquele azar das dores corporais.
Os desamores que já sentiam nossos pais.
E no fim.. Nada mais.
Do teu covil sais.
Com as tuas roupas fatais.
E as palavras sensuais.
Aqueles teus olhares mortais.
E nada mais.
No final das trevas vamos sussurrar
O quão real o verbo amar.
O amor que me irá matar
No fim da vida. De nada me vou lembrar.
Ou se calhar ao pormenor vou recordar.
No fim.
Mesmo no fim de tudo.
Saberei que por uma só vez.
Vivi neste mundo.

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