Há vinte e cinco minutos que já não falamos.
E do nada bate uma estúpida saudade.
É ridículo quase incerto. É hediondo ter saudade de um talvez.
Há já uma hora que as palavras cessaram. Um fruto de verão que se espalhou nos jardins do inverno em que estamos.
E de uma hora passa o dia. E sem noticia ou sinal de onde estás.
Mas que horrível que é sentir saudade de um mero senão.
Faltas tu aqui. Faltam os minutos que me dedicas e talvez.. Apenas talvez,
Precise de uma das tuas horas milenares.
Talvez já se tenham passado os dias. E talvez já não tenhas mais horas.
Talvez as palavras secaram e o adeus instalou-se.
Já se passou uma semana e onde raios estás tu?
Não deixes voar nem mais um segundo.
Preciso do meu talvez.
Perigoso. Quase calado. Quase morto. Quase poético.
Talvez.
