cantar mais cruel.

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De que me serve ter alma e coração.
De que me serve ter a lua na palma da mão?
E qual a finalidade da podridão?
Essa que vai pelo meio da multidão....
Oh pessoas que se dizem gente..
Mas que gentalha me saisteis..
Quão pequeno é o vosso nome e clamor.
Tão rude o vosso cantar.
O vosso tom mais cruel....
De que me servem as rosas do jardim..
Se não tenho a gente a quem as oferecer.
De me serve ter as canelas rasgadas.
Se não houve fruto para lá da dor.
De que me serve a esperança
Se quem espera sempre alcança?
Se alcanço e me perco.
Se me perdi no caminho.
E eu. Meu triste falar.
Meu hediondo andar.
Minha sorte de ter por minha mão o luar...

Oh gente da verdadeira fé.
Porque só me dais o sabor do fél
Porque só me dais lapis e pincel.
Uma mísera gota de mel.

Mas não um cenário final.
Nem um rasgão de folha de jornal.

Que pinto mal
Que pinto o irreal.
Rosas que não têm cor afinal

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