pôr do sol

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Parei para a pensar,
Quantos segredos escondem o teu olhar?
Quantas noites passas-te a divagar?
Quantas vezes viveste devagar?
Quantos sonhos ficaram por cesar?
E tu, que adoras mergulhar,
Mas nunca emerges à tal superfície dos mortais.
Tu, que até pedes por mais
Tu, que entras e sais,
Tu que até flutuas no ar, pairando nesta dimensão, nobre nação,
Imortal, armadura ao coração,
Grito ou mera canção
Mais um átomo no turbilhão.

E pensei,
Pensei e te fiz Rei.
Sonhei, como manda a Lei
Cobrindo-te de joias
Beijos e jiboias
Frutos das minhas histórias
E tu, proclamada lua que brilha sem sol
E tu, que não és estrela mas brilha como uma,
Tu, âncora pesada,
Tu, alma do nada, tu, senhor desta estrada,
Sei de cor, a luz da alvorada
Cada palavra, uma machadada
Cada golpe, uma fachada

E eu, feito sol
Eu a quem as horas dizem pouco
Eu, estrela deteriorada
Eu por ti apaixonada
Eu, mestre da tempestade
Guerreiro da saudade
Tenho se nao para admitir ser mera flor
Admitir que o que sinto é amor
Como favor, o mais doce sabor
E um fogo que arde sem dor.

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