Reflexos

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Serei eu um esboço do que já pensei ser?
Serei eu mais um daqueles que se obriga a crescer ?
Minhas entranhas conhecer,
Mais de mim aprender.
Quem sabe senão para lá do espelho comseguir ver,
Como um reflexo que se sente,
Um fantasma presente, uma realidade inerente,
Dúvidas que carrego no peito desta gente.
Gente que reconheço com distinção
Cacos do espelho que parto em negação
Cacos que caem cristalinos sobre mim
Rasgam-me a pele, tocam-me na alma
A tentativa de uma mente mais calma.

Perdi as contas às vezes que me perguntei,
De onde sou, para onde irei?
Rasguei o fio das memórias, tentei mudar,
Não sabia se era de terra ou era de mar
Nao sabia se era filho da tempestade, ou entiado da sanidade
Quem sabe mero escravo da idade.

Cai sobre a questão que me assombra
O fio de um destino que não quero seguir.
Talvez me deixasse ir, quem sabe não devia para de resistir.

Nao sei quem sou, se sou
Ou se os reflexos que vejo no espelho alguma vez me responderam
Não sei se alguma vez eles me viram
Ou se simplesmente correram por dentro do meu âmago
Do que creio ainda ser.

E se for eu a madrugada, mas também quisa a alvorada
E se for eu o caos, mas fazer da paz minha estrada
E se o pensamento se sofucar, mesmo pensando no nada?
Se as imagens que vejo nestes vridros embaciados, estes que me estão presos no corpo se tratarem também de quem eu sou?

Saberei eu ser quem esta gente diz ser?
Ou saberão os reflexos com quem se andam a meter?

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