mais.

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Mais uma vez.
Mais uma serenata sem cantar.
Um mais som ao luar.
Criaturas que dançam em torno deste meu amigo trono.
Fogo ardido na lenha desfigurada.
Um morrer e sentir-se nada.
Um grito uma antagónica palavra.
Escrita mal amada.
Gravado no espírito pensado.
Inutilmente pregando
Aos homens a salvação.
Corte de tecido antigo.
Tabaco e uísque desperdiçado.
Guaraná espalhado.
Sangue envenenado.
Coração magoado.
E uma prece final pede um retorno á sanidade experimental.
Uma nova saudade tal.
Crença ou angústia do mal
Ourivesaria sem descanso
Gato pingado torturado e amedrontado.
De nada vale senão o nobre serão.
Aquela gente em união.
A vida num turbilhão, nada mais que a especulação.
Urna dos defuntos solitários em decomposição.
Uma faca na minha mão.
Foi assim um mero abraço no porão.
Lá fora ao portão.
Lágrimas sem qualquer respeito ou lamúria.
Apenas a chuva fria.
Enquanto o diabo ria.
E deus já quase sorria.
Uma bala passou-lhe três vezes no dorso ensanguentado.
E a mulher chorava, sim a mulher gritava.
Enquanto via o marido morto e duro que nem pedra do horizonte.
Um pouco de dó esparramado.
E só mais uma frase aqui fica.
Que afinal a vida é curta.
E nada se consegue sem dar luta.
Quase injusta.
Mas sempre uma corrida bruta.

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