Mãe, Quando morrer vais chorar por mim?

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À minha familia só lhes deixo as peças do rapaz que era.
Deixo-lhes tal podre encarnação.
Porque como sou não  tráz atenção.
Porque como sou ninguém vê o coração.
Ninguém sente a sensação.
Ninguém me tira a verdadeira ilusão.
À minha familia só lhes deixo uma mentira. Ora dura, ora fria.
Deixo-lhes quem nunca fui.
Deixo-lhes quem preferem ver.
Pois a mim , quen sou esperam que morra. Apodreça e fuja.
Apodreça e corra.

Pois quem sabe, se não morto
Passem portanto a usar o coração.
Pode ser que morto se derramem lagrimas por mim.
Quem sabe, se não morrendo já vissem quem sou.
Porque o mais que vivo. O mais que vou morrendo.
E de todos esses bandidos e gatunos que morrem por ai.
Até por eles se choram os louvores de uma vida.
Que se faça de mim então, assassino e ladrão.
Para que nos meus momentos funebres lhes custe fechar o caixão.

À minha familia deixo-lhes quem me deixaram.
Dou-lhes de bom grado quem não sou. A mentira que forçam a ceder.
E com isto uma pessoa fica a pensar.
E o pensar passa a magoar.
de magoar jura matar.
Matar-me a mim.. Que só queria voar.

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