Capítulo 74: O preço.

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Não sei quanto tempo passei dormindo, mas acho que estava realmente necessitada de um longo período de sono.

O quarto estava vazio, exceto pelo meu vizinho de leito que ainda dormia e já estava claro, o que significa que já é dia.

- Bom dia! - Disse a enfermeira entrando no quarto com uma bandeja repleta de remédios. Ah não! - Como está se sentindo?

- Bem, obrigada. Ahn, eu estou sozinha aqui? - Disse me esforçando pra sentar.

- Sim! O médico não viu necessidade em acompanhantes pra essa noite, precisa de alguma coisa? - Neguei com a cabeça. - Esses remédios são para o estômago, dor e antibiótico. - Assenti e ela me entregou três comprimidos e um copo de água. - O médico já virá te avaliar. - Concordei novamente com a cabeça e ela se despediu indo acordar meu vizinho.

Um tempo depois o médico entrou no quarto.

- Bom dia! Como passou a noite?

- Dormindo como uma pedra. - Sorri. - Poderia me passar o nome desse remédio pra que eu o use em casa.

- Bom, com o estômago lesionado como o seu acho melhor você controlar o uso de medicamentos. - Sorriu. - E está se sentindo bem?

- Estou, obrigada. Acho até que já posso ir pra casa. - Dei de ombros.

- É pra isso que estou aqui, avaliar sua alta. - Queria elevar as mãos pro céu, mas o soro impediu. O médico então começou a realizar uma inspeção vigorosa na cirurgia, sinais vitais, apalpou meu estômago o que me causou um leve desconforto. - Bom, esse desconforto é normal, mas logo ele diminuirá até terminar. Você está se recuperando muito bem Júlia, mas para te dar alta preciso que se comprometa com o tratamento. Seu estômago está bem lesado, vamos ter que controlar rigorosamente sua alimentação até a mucosa gástrica se recuperar. - Concordei com a cabeça. - Vou pedir pra entrarem em contato com a sua família pra virem te buscar, está de alta mocinha. - Sorriu.

- Obrigada. - Ele concordou com a cabeça e foi saindo de perto do meu leito. - Doutor, espera. O meu pai, é-o paciente Pedro Viegas? Tem alguma notícia dele?

- Pedro está se recuperando bem, já começaram o processo de desmame do ventilador mecânico e já tiraram os sedativos, ele poderá acordar a qualquer momento.

- Gostaria de vê-lo. - Dei de ombros.

- Vou ver se tem alguma enfermeira disponível pra te levar até lá, gostaria que tomasse mais um soro com medicação antes de ir embora.

- Obrigada.

O doutor então saiu do quarto e alguns minutos depois uma das técnicas de enfermagem veio me ajudar a ir visitar o meu pai.

* * *

O centro de terapia intensiva é a parte mais fria do hospital e nem falo apenas pelo ar condicionado no máximo. Pedro está em um dos leitos, com uma máscara o ajudando a respirar, parece estar em um sono delicioso.

- Hey! - Disse acariciando suas mãos.

- Dizem que eles escutam o que dizemos enquanto estão em coma. - Disse a técnica com um sorriso acolhedor no rosto. - Vai fazer bem pra ele conversar com você.

- Obrigada por salvar a minha vida. - Droga! Já estou com os olhos cheios de água. - Por favor, volta pra mim, pra nós. Não é justo logo agora nós termos que nos separar. Acho que meus pais vão tentar aliviar pra podermos conviver todos em paz, é o que eu mais quero. - Sorri com uma lágrima descendo no rosto. - Espero que nunca mais tenhamos que nos separar, volta pra gente. Amo você.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora