Capítulo 36: Uma amizade refloresceu entre os espinhos.

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" (...) Já estou correndo a alguns minutos, mas ele não sai de trás de mim. Não sei quem ele é, o que quer. Mas ele toda hora grita meu nome. De onde me conhece?

Minhas pernas já estão fadigando, maldito sedentarismo, não sei quanto tempo vou aguentar correr. Já estou com a respiração pesada, e já consigo ouvir seus passos cada vez mais próximo, e ele me chamando e eu só sabia gritar pra ele sair dali. Estou com a sensação de que irei morrer.

Minhas pernas fadigadas tropeçaram nelas mesmas me fazendo cair. Estou chorando; desesperada. Ele me alcançou e começou a falar meu nome diversas vezes, cada vez mais alto:

- Júlia! Júlia! (...)

- Júlia! Júlia minha filha acorda! - Minha mãe estava me sacudindo, com os olhos bem arregalados, aparentemente aflita. E eu? Bom! Estou atônita, chorando.

Que diabos de sonho foi esse?

- Calma Jú! Está tudo bem. - Ela me abraçou. - Foi só um pesadelo, fica calma. - Eu não conseguia falar, estava ofegante. - Está tudo bem, tenta respirar! - Ela voltou a me abraçar, e ficou me acalentado até que eu me acalmasse.

Não sei o que aconteceu, nunca passei por isso. Como se estivesse vivendo de fato o pesadelo que acabei de ter.

- Com o que você estava sonhando? - Não sei se deveria contar pra minha mãe neurada, que ela me deixou pilhada e eu sonhei com um homem, louco gritando o meu nome.

É com certeza não é uma boa idéia.

- Não-não consigo me lembrar, só sei que foi horrível!

- Calma Jú! - Ela segurou minha mão. - Está tudo bem, não precisa falar mais sobre isso. Vá tomar um banho, está toda suada. Depois desce pra tomar seu café. - Apenas concordei com a cabeça e ela saiu do meu quarto, com o mesmo olhar apavorado de antes.

Puta merda! Parece que corri uma maratona no meu sonho e estou completamente suada na vida real. Com certeza preciso de um banho.

Resolvi então me levantar, peguei minha toalha e fui para o banheiro. Tomei um banho fresco e um pouco longo, tive que lavar meus cabelos que estavam grudados de suor. Sério! Espero que pelo menos tenha queimado todas as calorias do hambúrguer de ontem.

(...)

- Bom dia família! - Abracei meu pai de lado e dei um tapa na cabeça do Miguel que estava bebendo algo e quase engasgou.

- Bom dia. - Pai. - Não vi que horas você chegou ontem. - Arqueou as sobrancelhas.

- Cedo pai, relaxa! - Revirei os olhos.

- E como foi lá ontem?

Conto ou não conto que havia um homem me secando? Ou melhor conto que tive sensação de estar sendo vigiada?

Com certeza não! Porque séria bem capaz deles me trancaram em casa pelo resto da vida.

Sem exageros.

- Foi bom! Vitor e eu estamos nos reaproximando, e isso está sendo bom pra mim.

- Não está se aproximando desse garoto pra, ahn, como eu posso dizer "superar" o Gabs? - Minha mãe disse me fazendo engasgar.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora