Capítulo 37: Alguém para cuidar, proteger e causar tretas.

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- Acho que poderemos deixar essa melancolia de lado não é mesmo? - Sorri sem graça, olhando para os meus pés balançando dentro d'água.

- Não precisa ficar sem graça Jú! - Me empurrou de lado. - Mesmo no ápice do seu ódio, sempre soube que voce sempre me amou. - Deu de ombros.

- Nossa Gabriel, mas quando você fala umas asneiras dessas eu penso em apenas te odiar. - Revirei os olhos.

- Não, não me odeia. - Me abraçou de lado e me deu um beijo na testa. - Me conta como estão as coisas na sua casa?

- Sabe como é meus pais estão neurados com alguma coisa e não contam nada pro Miguel e pra mim. E ficamos num fogo cruzado de pais loucos e privação. Mas tenho sobrevivido.

Pensei em contar sobre como essa neurose deles têm me afetado, e que estou ficando surtadinha também, mas ele abriu a boca antes e me fez desistir disso.

- Mas arrumou um amigo pra te ajudar a enfrentar tudo isso não é mesmo?

- Pois é já que o meu meio que me abandonou quando eu precisei não é? - Bufei, arqueando as sobrancelhas.

- Aí Júlia desculpa! Foi mal! Estou tentando mesmo me controlar, não gosto de te ver perto daquele mané. E antes que você fale, porque eu sei que você vai falar, eu sei que eu não tenho que gostar ou desgostar de ninguém Jú.

- Ainda bem que não precisa, não é mesmo? - Disse irritada.

Nesse momento o silêncio começou a reinar entre nós e eu voltei a encarar o meu pé dentro d'água.

- Deixamos você sozinhos pra se acertarem, daí voltamos e vocês estão com uma tromba desse tamanho? - Guilherme.

- Acho que vocês deveriam parar de meter o nariz no que não diz respeito a vocês não é mesmo? - Arqueei as sobrancelhas.

- Não precisa ser grossa Júlia! Apenas queremos que vocês se entendam. - Bruna.

Revirei os olhos.

- A gente já se entendeu satisfeitos? Já voltamos ser amigos? O que mais vocês querem? - Disse meio irada.

- Calma Júlia! - Gabs. - Eles não vão mais se meter beleza? Isso é entre a gente!

- Desde quando ficou tão agressiva Jujuba? - Matheus perguntou arqueado as sobrancelhas com um sorriso sarcástico no rosto. E eu apenas, delicadamente, mostrei meu dedo do meio pra ele.

- Acho que vou embora. - Levantei da beirada da piscina.

- Para amiga! Estavamos apenas brincando. - Bruna.

- Ah nem! Ou, eu vim pra me desestressar e esquecer algumas coisas, daí vocês me irritam com umas bobagens dessas. O Gabriel e eu já somos grandinhos o suficiente pra nos resolvermos sozinhos. - Bufei.

- Gente! Estou assustado com a audácia dessa garotinha. - Matheus. - Desde quando ela está assim?

- Para Matheus. - Bruna deu um tapa no ombro dele.

Peguei minha bolsa e fui pro banheiro, mas antes acertei um tapa na cabeça daquele mané.

- Você é um manezão. - Fui andando até o banheiro, onde passei uma água rápida no corpo, troquei de roupa e fui saindo.

- Jú, ei espera! - Bruna. - O que está acontecendo com você? Porquê ficou tão estressada?

- Não é nada Bruna, não é nada. Só preciso ir pra casa. - Dei um beijo em seu rosto. - Cuide-se! Beijos, fui.

Fui saindo do clube rumo a minha casa, é com certeza estou muito afim de voltar pra aquele lar de loucos. A verdade é que estou me sentindo rodeada por loucos, durante todo o tempo.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora