O Fruto do Pecado - Livro II

Prólogo.

A fevereiro!

O mês que consegue me matar de amores e de tristeza todos os anos. Adoro fevereiro por ser o mês do meu aniversário, que foi esse final de semana, e por acaso ainda estou aceitando parabén atrasado. Obrigada! E odeio esse mês na mesma intensidade por trazer de volta às aulas, que está sendo hoje no caso.

- Júlia Bicalho Penegrini, não me faça ter que vir te acordar pela terceira vez. - Disse minha mãe gritando na porta do meu quarto. E bom eu não recomendo ninguém a ser chamado por ela três vezes, ela vira o próprio demônio. Mas sabem o que é? A minha cama está tão boa. - Jú...

- Já levantei mãe! - Gritei de dentro do quarto.

- Ótimo. Você tem dez minutos pra descer e tomar seu café. A partir de agora. - Dez minutos? Com esse tempo mal vou poder me vestir e chamar o meu espírito pro corpo. Ô céus!

Bom, enquanto me arrumo deixa eu me apresentar, chamo Júlia e a maioria de vocês já me conhecem. Se você ainda não ouviu falar de mim, recomendo ir ler o livro I, se chama Pecado Predileto e foi lá que eu nasci. Tenho dezessete anos, moro com meus pais Manuela e Lucas, que apesar da rotina super corrida são dois pais maravilhosos, ah e moro com o meu irmão mais novo também, Miguel. Não ligaria se ele morasse em um internato mas infelizmente meus pais nunca cogitaram isso.

- Bom dia família. - Me sentei na mesa e comecei a tomar um copo de café. Sim o vício da minha mãe em café me contagiou.

- Bom dia, bonequinha. - Pai. Para os meus pais, acho que vou ter trinta anos e eles ainda irão me chamar de bonequinha. - Animada pro primeiro dia de aula do seu último?

- Estaria mais se fosse o último. - Disse.

- Vou levar isso como um sim. - Ele disse. - Termina seu café logo, Gabriel já deve estar chegando para vocês irem pra escola.

Gabriel é o meu melhor amigo desde que me entendo por gente, e desde que "crescemos" e nossos pais nos deixaram ir pra escola sozinhos, ele passa aqui em casa todos os dias para irmos juntos, isso claro porque moramos bem pertinho um do outro e perto do colégio também.

Assim que terminei de tomar meu café peguei meu material e fui saindo de casa, Gabriel ja havia me mandado trinta e cinco mensagens me apressando.

- Já estou indo, caramba! - Esbravejei.

- O que você disse Júlia? - Ele falou igual meu pai.

- Já estou aqui Gabs. - Lhe dei um beijo no rosto.

No caminho do colégio Gabriel e eu fomos conversando, mas não dá tempo de falar muita coisa, porque moramos a menos de dez minutos do colégio.

Gabriel, Gabs, Biel, Bi, sim meu melhor amigo tem vários apelidos, e eu tenho intimidade o suficiente pra chama-lo de qualquer coisa, mas também puderá, Gabriel e eu estudamos juntos desde sempre. Mesmo depois quando trocamos de colégio, continuamos na mesma sala. Estudamos nesse mesmo colégio desde o 6° ano, e por isso meio que conheço todo mundo da escola, mas não, eu não sou uma "garota-clichê-popular-do-colégio", na verdade eu conheço todo mundo mas nem todo mundo me conhece. Digamos que Gabriel e eu somos mais quietos, apesar de termos nosso grupinho não nos envolvemos muito com o resto do pessoal metido-arrogante-e-prepotente do colégio, pelo menos não mais.

- Animada pro nosso último ano? - Ele perguntou.

- Estaria mais se fosse o último dia. - Sorri.

- Adoro esse seu entusiasmo pra volta as aulas Jú. Venha, vamos pra sala. - Ele foi me empurrando pra nossa sala, a mesma que estudamos nos últimos três anos pelo menos.