Capítulo 63: Na mira do crime.

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Mal consegui pregar o olho a noite, a história que a Aline me contou não saía da minha cabeça e chegava a me causar falta de ar pensar em todas as atrocidades que o Paulo havia feito com ela.

Mas isso acaba hoje.

Levantei da cama no meu horário habitual e fui me arrumar pra trabalhar. Haviam várias reuniões ao decorrer do dia, fora uma extraordinária que arranjei com o meu antigo gestor.

- Bom dia. - Guilherme. - Desculpa por me intrometer na sua vida pessoal, é-só-que, aff, deixa pra lá.

- Bom dia. - Dei um beijo no seu rosto e fui saindo de casa, fui o caminho até o escritório caminhando e imaginando tudo o que teria que fazer hoje e como teria que agir com sangue frio pra não matar aquele cretino.

Quando cheguei no escritório o elevador estava estacionado no térreo a minha espera com o Gabriel dentro dele. Um gelo percorreu minha espinha, estava me sentindo uma completa idiota sem reação por estar cara a cara com ele.

O Gabriel sempre foi o meu melhor amigo, e em situações como a que me meti pra ajudar a Aline, ele seria a primeira pessoa com que eu falaria sobre, mas depois de ontem eu não me senti no direito de fazer isso. No entanto apenas o cumprimentei com um "Oi", e recebi o mesmo cumprimento da forma mais fria impossível.

Melhor assim. Não era isso que você queria?

- Bom dia! - Desejei a Aline.

- Bom dia Júlia. O Marcone está lhe esperando pra reunião na sala dois. Ele não estava na sua agenda, mas disse que você já sabia da reunião.

- Pois é, fui eu quem marquei essa reunião extraordinária. Peça que ninguém me interrompa. - Não cheguei nem a passar na minha sala e fui direto pra sala de reuniões.

Marcone Pedrozza, é o gestor sênior da empresa. Foi quem me ensinou tudo o que eu sei e me trouxe até aqui.

- Olha se não é a minha assistente preferida. Fiquei preocupado com o seu e-mail.

- Olá! Como está? Bom, realmente é algo de se preocupar, preciso de compartilhar uma acusação muito séria em nome de terceiros. - Lhe contei tudo o que Aline havia me contado e Marcone permaneceu sem reação. Ele era extremamente profissional, ético e imparcial, e essa tríade associada a sua alta competência o tornou quem ele é hoje.

- E temos como provar isso Júlia? Afinal de contas é uma acusação muito séria. - Disse enquanto se acomodava em sua cadeira.

- Não ainda. - Bufei. - Mas temos argumentação suficiente pra abrir um inquérito; uma investigação.

- Ainda assim, preciso de provas reais. Não podemos simplesmente acusar alguém do cargo do Paulo sem provas concretas. - Bufei.

- Eu vou conseguir essas provas, mas enquanto isso não posso deixar esse homem com livre acesso a minha funcionária Marcone. Ele está a coagindo.

- E o que me sugere Júlia?

- Bom, andei lendo o regulamento da empresa e vi que tenho direito a uma assistente pessoal. Quero que a Aline seja promovida a minha assistente.

- Mas ela não tem qualificações suficientes pra isso Júlia.

- Eu também não tinha e olhe só onde eu cheguei. - Ele começou a rir.

- Você tem razão, tem razão. Então bem, tem a minha autorização pra tal ato. Agora precisa arrumar um novo funcionário pra função dela.

- Resolverei isso: logo. Obrigada Marcone, sabia que poderia contar com você.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora