Mal consegui pregar o olho a noite, a história que a Aline me contou não saía da minha cabeça e chegava a me causar falta de ar pensar em todas as atrocidades que o Paulo havia feito com ela.
Mas isso acaba hoje.
Levantei da cama no meu horário habitual e fui me arrumar pra trabalhar. Haviam várias reuniões ao decorrer do dia, fora uma extraordinária que arranjei com o meu antigo gestor.
- Bom dia. - Guilherme. - Desculpa por me intrometer na sua vida pessoal, é-só-que, aff, deixa pra lá.
- Bom dia. - Dei um beijo no seu rosto e fui saindo de casa, fui o caminho até o escritório caminhando e imaginando tudo o que teria que fazer hoje e como teria que agir com sangue frio pra não matar aquele cretino.
Quando cheguei no escritório o elevador estava estacionado no térreo a minha espera com o Gabriel dentro dele. Um gelo percorreu minha espinha, estava me sentindo uma completa idiota sem reação por estar cara a cara com ele.
O Gabriel sempre foi o meu melhor amigo, e em situações como a que me meti pra ajudar a Aline, ele seria a primeira pessoa com que eu falaria sobre, mas depois de ontem eu não me senti no direito de fazer isso. No entanto apenas o cumprimentei com um "Oi", e recebi o mesmo cumprimento da forma mais fria impossível.
Melhor assim. Não era isso que você queria?
- Bom dia! - Desejei a Aline.
- Bom dia Júlia. O Marcone está lhe esperando pra reunião na sala dois. Ele não estava na sua agenda, mas disse que você já sabia da reunião.
- Pois é, fui eu quem marquei essa reunião extraordinária. Peça que ninguém me interrompa. - Não cheguei nem a passar na minha sala e fui direto pra sala de reuniões.
Marcone Pedrozza, é o gestor sênior da empresa. Foi quem me ensinou tudo o que eu sei e me trouxe até aqui.
- Olha se não é a minha assistente preferida. Fiquei preocupado com o seu e-mail.
- Olá! Como está? Bom, realmente é algo de se preocupar, preciso de compartilhar uma acusação muito séria em nome de terceiros. - Lhe contei tudo o que Aline havia me contado e Marcone permaneceu sem reação. Ele era extremamente profissional, ético e imparcial, e essa tríade associada a sua alta competência o tornou quem ele é hoje.
- E temos como provar isso Júlia? Afinal de contas é uma acusação muito séria. - Disse enquanto se acomodava em sua cadeira.
- Não ainda. - Bufei. - Mas temos argumentação suficiente pra abrir um inquérito; uma investigação.
- Ainda assim, preciso de provas reais. Não podemos simplesmente acusar alguém do cargo do Paulo sem provas concretas. - Bufei.
- Eu vou conseguir essas provas, mas enquanto isso não posso deixar esse homem com livre acesso a minha funcionária Marcone. Ele está a coagindo.
- E o que me sugere Júlia?
- Bom, andei lendo o regulamento da empresa e vi que tenho direito a uma assistente pessoal. Quero que a Aline seja promovida a minha assistente.
- Mas ela não tem qualificações suficientes pra isso Júlia.
- Eu também não tinha e olhe só onde eu cheguei. - Ele começou a rir.
- Você tem razão, tem razão. Então bem, tem a minha autorização pra tal ato. Agora precisa arrumar um novo funcionário pra função dela.
- Resolverei isso: logo. Obrigada Marcone, sabia que poderia contar com você.
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O Fruto do Pecado - Livro II
RomanceO amor de Manuela e Lucas foi louco, por vezes fraco mas sempre intenso. Esse amor rendeu frutos, e esse fruto cresceu. Júlia agora com dezessete anos, continua sendo a mesma menina meiga, doce e engraçada, porém agora está se tornando uma mulher e...