Capítulo 49: Do céu ao inferno.

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Ah sábado!

O meu último em casa antes de me mudar para Londres e morar com minha tia Madu. E não, eu ainda não me acostumei com a ideia de me mudar e depois de ontem a tarde, só penso que deveria incentivar o Gabriel em me sequestrar pra que eu não entre naquele avião.

- Bom dia! - Disse me sentando a mesa com os meus pais e o Miguel pra tomar café da manhã. - Vão sair? - Arquei as sobrancelhas ao ver o look "praia" da minha mãe.

- Vamos ao clube, quer ir?

- Ninguém ia me convidar, é isso mesmo?

- Deixa de ser dramática Júlia. - Miguel. - Na hora que cogitamos te chamar você já estava apagada no seu quarto. - Dei de ombros. - Pessoal, já estamos atrasados daqui a pouco começa o campeonato.

Miguel costuma jogar futebol no clube que meus pais frequentam, e todo ano rola um campeonato de futebol amador e ele desde pequenininho participa.

- Então Júlia? Você vem com a gente? - Pai.

- Tá! Só preciso de cinco minutinhos até achar um biquíni e estar aqui em baixo.

E talvez tenha dado um pouco mais do que cinco minutos, as minhas coisas estão uma bagunça por conta da mudança e foi difícil encontrar tudo aquilo que eu precisava pra ir pro clube.

- Que demora Júlia!

- Foi mal! Foi mal! Agora vamos, anda logo, você vai perder o início do campeonato. - Fui empurrando meu irmão até o carro.

Não moramos longe do clube, o que fez com que o trajeto de casa até lá onde o Miguel foi brigando comigo passasse rápido.

Meu pai mal havia estacionado e o meu irmão já pulou do carro indo em direção das quadras, nem esperou o meu pai que iria assistir o jogo dele antes de jogar o seu. Porque sim o meu pai também participa desses campeonatos, e bom, enquanto eles se matavam atrás de uma bola, eu ia era aproveitar uma deliciosa piscina em um sábado de bastante sol acompanhada da minha mãe.

A água da piscina estava congelante, mas logo foi ficando confortável e já não queria mais sair dali, nunca mais. Mas a minha mãe decidiu de última hora ir assistir o jogo do meu irmão, e me mandou ficar um pouco ali do lado de fora, tomando um solzinho enquanto vigiava as nossas coisas.

Ainda que relutante eu acabei obedecendo.

- Já volto querida. - Ela me deu um beijo na testa e saiu andando, eu então peguei meu celular e meus fones de ouvido que estavam na bolsa e comecei a ouvir algumas músicas enquanto esturricava no sol.

Bom, isso até algum ser não iluminado começar a tampar o meu sol.

- Oi! - Era o Vitor, aparentemente constrangido por estar ali. Eu apenas empurrei ele um pouco pro lado para voltar a ter contato com o sol. - Como você está?

- Oi, estou melhor obrigada.

- A gente pode conversar um pouquinho? - Dei de ombros.

- Senta aí. - Ele sentou na espreguiçadeira que antes estava a minha mãe. - O que você quer falar comigo?

- Queria te explicar o mal entendido que ficou entre a gente.

- Mal entendido? Qual? Aquele de você não ter ido me visitar no hospital? Ali pra mim não foi mal entendido algum, só me fez lembrar que você sempre foi um babaca.

- Não, eu não fui um babaca. - Ele respirou fundo. - Você não me deixou explicar o que estava acontecendo comigo naquelas semanas, e bom, eu não queria que você se mudasse ainda com isso na cabeça. - Arqueei as sobrancelhas. - Posso te pagar, sei lá, um suco e a gente conversa?

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora