Capítulo 33: No meio dum fogo cruzado de sentimentos.

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Era só o que me faltava, a essa altura do campeonato, no meio de tanta confusão eu ainda ter que aturar um ciúmes descabido.

- Oi Vitor! - Me afastei do Gabriel. - Você não está atrapalhando nada. Gabriel e eu já havíamos terminado nossa conversa.

- Certeza? Porque não é o que estava parecendo. - Disse sem demonstrar nenhuma reação, com os braços cruzados à frente do corpo.

Ótimo! O carinha está mesmo com ciúmes.

- Ciúmes de mim Vitor? - Gabriel arqueou as sobrancelhas, e colocou um sorriso no canto da boca. E eu apenas revirei os olhos imaginando a cena territorial que poderia rolar agora.

A questão é que não pertenço a nenhum dos dois. Ando sendo bem livre, obrigada.

- Não teria motivo não é Gabriel? Depois que você foi um manezão com a Júlia creio que voltou pro último lugar da fila, lugar de onde nunca deveria ter saído.

Fila? Oi? Que fila é essa que eu desconheço?

- E você está no primeiro lugar, aposto. Estava apenas esperando a oportunidade perfeita pra tentar tomar seu lugar de volta, não é? - O Gabriel mantinha o mesmo sorriso no canto da boca; desaforado. - Não duvidaria estivesse culminado com sua irmã pra armar todo esse circo em torno da Júlia.

- Você não precisou de ajuda pra se afastar da Júlia, Gabriel. - Verdade. - Não venha tentar virar o jogo agora.

- Ah chega vocês dois! Que chatura! Você. - Apontei para o Vitor. - Não tem motivo algum para sentir ciúmes de mim, e não precisa ficar "me defendendo" como quem defende seu território, lembra Vitor: Paciência, devagar, sem colocar a carroça na frente dos bois.

- Desculpa Jú! Foi por impulso. - Coçou os cabelos; envergonhado.

- E você... - Apontei para o Gabriel. - Você sabe que a culpa é sua, não venha terceirizar isso Gabriel. E isso também é assunto encerrado. - Bufei. - Agora vamos pra sala, já terminou o intervalo. - Peguei minha mochila na arquibancada e fui andando na frente, logo eles me acompanharam.

Seria uma pena sermos interrompidos no meio do caminho:

- Oi queridinha. - Disse quando aquela embuste parou feito um poste na minha frente, com a cara fechada, e eu como sou meiga retribui com um gigante sorriso. - Vejo que seu rosto já está bem melhor. - A analisei. - Só um cortezinho ou outro por aí. Sentiu saudades foi?

- Você-vai-me-pagar-bem-caro Júlia!

- Não, eu não vou. Isso que aconteceu foi o seu pagamento, a primeira parcela, por ter ferrado com a minha vida Jade.

- Desde quando você acha que é alguém pra me enfrentar Júlia? - Me peitou.

- Me poupa Jade! - Revirei os olhos. - Eu nunca tive e nunca terei medo de você. Se antes nunca tinha revidado todas as babaquices que você já me vez, agora não vou aguentar mais nenhuma calada. E bom, espero que não faça nada de errado, e mais que eu não descubra gatinha, porquê será um prazer destruir a sua vida. Lentamente.

- Júlia chega, vamos pra sala. - O Gabriel tentou me puxar pelo braço e eu me soltei.

- Está precisando ser contida mesmo, essa cadela raivosa.

Essa maldita!

Minha intenção era de voar na cara dela. Mas, infelizmente, o Gabriel continuou me segurando pelo antebraço.

- Júlia para! É isso que ela quer, que você a ataque. Não procure mais horas fazendo atividades voluntárias na biblioteca.

- Passaria a vida inteira lá só pra acabar com essa maldita.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora