Capítulo 25: A punição por um crime não cometido.

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- Oi queridos! Com uma recepção dessas, olha vou me sentir obrigada em sentar pra podermos conversar.

Talvez, ou melhor dizendo, com certeza, estou sentando porque minhas pernas estão trêmulas. Já que aparentemente a fofoca já chegou de alguma forma à minha casa.

Isso não vai ser nada bom.

- O que temos pra conversar é muito sério Júlia. E não cabe brincadeiras. - Mãe.

Tenho um metro e cinquenta e seis centímetros, caso já queiram encomendar meu caixão.

Meu pai me encarava, e dentro de seus olhos eu o via segurando uma corda pra me amordaçar. Tá, talvez ele esteja só tirando os cintos pra me açoitar até a morte.

- Júlia quem é o pai dessa criança? - Engasguei com o ar, quando meu pai brutalmente lançou essa pergunta.

- Lucas! - Minha mãe o repreendeu. Talvez ela tenha planejado algo mais sútil em sua cabeça.

- É o quê? Não! Não tem pai nenhum.

- Não minta pra gente Júlia! Já sabemos a verdade, agora me conta, quem é o pai? É aquele Gabriel não é? Espero que ele assuma, ou eu mato aquele infeliz.

Alguém controla esse homem?

- Chega pai! Para! - Ele estava vermelho, a final de contas, ele não anda nem respirando entre as palavras que cuspiu agora à pouco. - Eu não sei o que de fato vocês estão "sabendo", mas seja o que for, já digo de antemão que não estou grávida.

- Não minta pra mim Júlia! Todos já estão sabendo que você fez um exame de gravidez ontem.

Qual o nível da influência daquela nojenta na minha vida? Porra cara! Até os meus pais? Já não bastava ter me ferrado com o Gabriel?

- Caralho! Como a rádio-fofoca do colégio chegou até vocês?

- Isso não importa, não fuja do assunto.

- Eu não estou fugindo de nada, já respondi sua pergunta. Não estou grávida, portanto, não há pai nenhum.

- Então o exame deu negativo, não é mesmo?

- Eu não fiz exame nenhum, pai. Isso-isso é tudo invenção daquela cobra da Jade. - Revirei os olhos.

- É muita coincidência você ter passado a tarde toda fora ontem, no SHOPPING e chegar para nós a notícia que estava saindo de uma farmácia, no SHOPPING Júlia. Não tente nos enganar, fale a verdade e iremos resolver isso da melhor forma possível. - Meu pai disse de novo.

Se ele não acredita no que eu estou falando, por que diabos ele ainda pergunta?

- Bom, eu já disse a verdade. Não fiz teste de gravidez nenhum, não tem bebê nenhum e portanto, não tem pai nenhum. Que saco! Custa acreditar em mim? Qual foi? Eu não minto tanto assim.

- Então me diz porquê te viram com um teste de gravidez, minha filha? - Mãe.

- Era de uma amiga.

- Que amiga Júlia?

- Vocês irão saber logo. Porquê é bem capaz deu contar e isso já cair nessa "rádio-fofoca" de vocês.

- Você quer que eu acredite nisso de "amiga", Júlia? - Pai.

- Bom, você sendo meu pai, eu adoraria que você acreditasse nas minhas palavras. Mas já notei o bloqueio que você criou entre a verdade-verdadeira e o que você quer que seja verdade, agora se você quer tanto um netinho, posso providenciar um. - Dei de ombros. E ele ficou ainda mais vermelho de raiva.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora