Capítulo 72: Fim da linha - Parte I

1.4K 105 4
                                    

Minha respiração está acelerada e pesada, de tão forte chego a sentir dor na minha caixa torácica.

- Chegamos baby.

Nunca cogitei ser sequestrada em toda a minha vida, tão pouco pelo Vitor e agradeceria estar desmaiada uma hora dessas e não sentir toda a apreensão seguida de medo ecoando pelas minhas veias.

Meus olhos estão vendados pra que eu não saiba exatamente onde estou. O que talvez seja um lugar longe, contando pelo logo tempo que estamos andando de carro. Ou ele simplesmente andou em circos, não dá pra saber.

Bufei.

- Vem! - Ouvi ele abrir a porta pra mim, me convocando a sair.

- Muito engraçado Vitor, mãos atadas, olhos vendados e salto alto são com certeza uma bela combinação. Por que estamos fazendo isso mesmo? Espero que não seja fetiche, porque olha está zero estimulante toda essa situação.

- Ah adoraria transar com você Júlia, mas não, não é por isso que estamos aqui. Mesmo não sendo má idéia. - Ouvir seu sorriso me causou ânsia de vômito. Ele então me segurou pelos braços, me tirando do carro. - Vamos precisar disso. - Senti a minha bolsa encostando no meu corpo.

Se eu sobreviver a isso preciso me benzer, exorcizar, qualquer coisa.

Andamos por alguns minutos até escutar uma porta ranger ao ser aberta, e um frio na espinha me deixou tensa ao imaginar que diabos irá acontecer comigo.

- Sente-se baby. - Não tive muita opção, ele praticamente me jogou no que se parece uma cadeira e soltou meus punhos contidos por uma corda. Aleluia! Aquilo estava me matando. - Braços pra trás Júlia! - Estaria o fuzilando com os olhos se eu pudesse o enxergar nesse momento. - Anda Júlia! - Passar meus braços pra trás abrindo meus ombros me fez pensar se minha mãe gostaria deste tipo de alongamento muscular forçado.

Mãe.

Ela nem deverá sentir minha falta, tamanho está o seu ódio por mim.

Parei de pensar naquilo no momento em que um metal gelado entrou em contato com a minha pele ainda sensível pelas cordas bem amarradas.

Algemas.

- Certeza que isso não é nenhum fetiche? - Perguntei intrigada.

- Não, não é baby. Apesar que você é uma menina má, se ficar presa talvez não fuja pela manhã. - Senti meu rosto corar.

Ele ficou bem ressentido com aquilo, mas algo me diz que não é esse o motivo de estarmos aqui.

De longe escuto o meu celular tocar, me causando uma taquicardia. Já haviam sentido a minha falta?

- Atende! - Disse ele friamente, apoiando o celular entre a orelha e a boca.

- Jú onde você se enfiou? - Ouvir a voz do Gabriel me causou um alívio na alma que durou milissegundos.

- Gab... - Vitor tirou o telefone de mim e começou a falar com o Gabriel.

Isso não é por mim. Nunca foi. É por causa dele, Gabriel.

Que merda!

- Gabriel! Como vai meu querido? - Meu Deus eu vou vomitar. - Que agressividade é essa cara?... A Júlia? Júlia está ótima, meio paralisada confesso. - Ouvi seu sorriso psicopático. - Bom, o que vai acontecer com ela dependerá única e exclusivamente de você, meu caro... O que eu quero? Você sabe o que eu quero Gabriel, não acho justo só você poder ferrar com a vida dos outros. Bom, entro em contato com você mais tarde. Quer falar mais um pouco com a Júlia? - Estava tão apreensiva e o fato de não estar enxergando aumentava esse sentimento.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora