Mesmo tendo se passado alguns anos, aparentemente o Vitor ainda me conhece bem. Não que eu seja exatamente como eu era a cerca de dois anos atrás, na verdade acho até que mudei bastante durante este tempo, mas se algo não mudou em mim essa coisa é o fato de que eu amo comer.
Ele me levou até uma hamburgueria não muito longe de casa, ela era um meio termo entre "gourmezinha" e "podrão". Escolhemos um lugar mais escondido; tranquilo, no cantinho da lanchonete.
- Ei, me conta que neurose é essa dos seus pais? - Me perguntou enquanto analisava o cardápio.
- Não sei, pra variar eles estão escondendo alguma coisa. E dessa vez não parece que vai aparecer um outro irmão.
- E você suspeita de algo?
- Pela atitude dos meus pais? Que têm um psicopata a solta pronto pra matar eu e/ou meu irmão. Mas a verdade é que eu não faço a mínima idéia do que está acontecendo. - Bufei.
- Bom, se tiver alguém querendo te fazer mal, saiba que estou aqui pra te proteger. - Piscou pra mim, colocando suas mãos em cima das minhas.
- Vou gravar muito bem essas palavras senhor "protetor".
- Hey! Estou falando bem sério quanto à isso, farei o que estiver ao meu alcance pra cuidar de você.
- Obrigada! Mas vamos deixar a neurose dos meus pais com eles, não viemos aqui pra ficar falando disso.
- E o que têm em mente sobre o que viemos fazer aqui? - Ele sorriu de canto.
Aff! Preciso de um tratamento pra saber lidar com sorrisos bonitos.
- O óbvio não é Vitor! Comer. - Sorri, enquanto ele balançava a cabeça de um lado pro outro em forma de negação. - Bom, escolhi este daqui. - Mostrei pra ele no cardápio.
- Tudo bem, tudo bem! Vou te acompanhar na sua decisão. - Ele chamou o garçom, passou pra ele o que havíamos escolhido e assim que o garçom se retirou da mesa ele passou a me encarar.
- Estou suja? Tem alguma coisa garrada no meu dente? Tô descabelada?
- Não nada disso, você está ótima! Ótima mesmo!
- Então porquê está me encarando desse jeito?
- Admirando a segunda chance que a vida está me dando. - Sorriu de canto novamente.
- Espero que não à desperdice dessa vez, não existirá uma terceira chance. Afinal sou trouxa mas nem tanto. - Dei de ombros.
- Então você está mesmo me dando uma segunda chance?
- Acho que sim, não estou plenamente segura quanto à isso, mas também estou afim de arriscar. - O antigo sorriso de canto se estendeu por todo o rosto.
- Prometo não desperdiça essa chance! - Ele veio pra me beijar, mas na hora eu travei.
A pronto!
Vai dar bizil agora Júlia?
- O que aconteceu? Você-não... Desculpa Júlia tinha entendido que... Sério foi mal!
- Não Vitor, não é isso, você entendeu certo eu quero. - Sorri constrangida. Não acredito no papelão que estou fazendo. - Tipo quero muito mesmo, faz uma semana que está me tiçando, então meu caro, eu quero mesmo. Mas a parte sensata em mim, apenas agiu pra me lembrar do que aconteceu da última vez.
- Então... - Se aproximou de mim. - Avisa essa parte in"sensata" em você. - Tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. - Que dessa vez será completamente diferente. - Ele foi chegando mais perto da sua vez, já estou até conseguindo sentir o seu hálito de quem acabou de mascar um chiclete de menta.
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O Fruto do Pecado - Livro II
RomanceO amor de Manuela e Lucas foi louco, por vezes fraco mas sempre intenso. Esse amor rendeu frutos, e esse fruto cresceu. Júlia agora com dezessete anos, continua sendo a mesma menina meiga, doce e engraçada, porém agora está se tornando uma mulher e...