Capítulo 35: Um começo pra uma velha história.

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Mesmo tendo se passado alguns anos, aparentemente o Vitor ainda me conhece bem. Não que eu seja exatamente como eu era a cerca de dois anos atrás, na verdade acho até que mudei bastante durante este tempo, mas se algo não mudou em mim essa coisa é o fato de que eu amo comer.

Ele me levou até uma hamburgueria não muito longe de casa, ela era um meio termo entre "gourmezinha" e "podrão". Escolhemos um lugar mais escondido; tranquilo, no cantinho da lanchonete.

- Ei, me conta que neurose é essa dos seus pais? - Me perguntou enquanto analisava o cardápio.

- Não sei, pra variar eles estão escondendo alguma coisa. E dessa vez não parece que vai aparecer um outro irmão.

- E você suspeita de algo?

- Pela atitude dos meus pais? Que têm um psicopata a solta pronto pra matar eu e/ou meu irmão. Mas a verdade é que eu não faço a mínima idéia do que está acontecendo. - Bufei.

- Bom, se tiver alguém querendo te fazer mal, saiba que estou aqui pra te proteger. - Piscou pra mim, colocando suas mãos em cima das minhas.

- Vou gravar muito bem essas palavras senhor "protetor".

- Hey! Estou falando bem sério quanto à isso, farei o que estiver ao meu alcance pra cuidar de você.

- Obrigada! Mas vamos deixar a neurose dos meus pais com eles, não viemos aqui pra ficar falando disso.

- E o que têm em mente sobre o que viemos fazer aqui? - Ele sorriu de canto.

Aff! Preciso de um tratamento pra saber lidar com sorrisos bonitos.

- O óbvio não é Vitor! Comer. - Sorri, enquanto ele balançava a cabeça de um lado pro outro em forma de negação. - Bom, escolhi este daqui. - Mostrei pra ele no cardápio.

- Tudo bem, tudo bem! Vou te acompanhar na sua decisão. - Ele chamou o garçom, passou pra ele o que havíamos escolhido e assim que o garçom se retirou da mesa ele passou a me encarar.

- Estou suja? Tem alguma coisa garrada no meu dente? Tô descabelada?

- Não nada disso, você está ótima! Ótima mesmo!

- Então porquê está me encarando desse jeito?

- Admirando a segunda chance que a vida está me dando. - Sorriu de canto novamente.

- Espero que não à desperdice dessa vez, não existirá uma terceira chance. Afinal sou trouxa mas nem tanto. - Dei de ombros.

- Então você está mesmo me dando uma segunda chance?

- Acho que sim, não estou plenamente segura quanto à isso, mas também estou afim de arriscar. - O antigo sorriso de canto se estendeu por todo o rosto.

- Prometo não desperdiça essa chance! - Ele veio pra me beijar, mas na hora eu travei.

A pronto!

Vai dar bizil agora Júlia?

- O que aconteceu? Você-não... Desculpa Júlia tinha entendido que... Sério foi mal!

- Não Vitor, não é isso, você entendeu certo eu quero. - Sorri constrangida. Não acredito no papelão que estou fazendo. - Tipo quero muito mesmo, faz uma semana que está me tiçando, então meu caro, eu quero mesmo. Mas a parte sensata em mim, apenas agiu pra me lembrar do que aconteceu da última vez.

- Então... - Se aproximou de mim. - Avisa essa parte in"sensata" em você. - Tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. - Que dessa vez será completamente diferente. - Ele foi chegando mais perto da sua vez, já estou até conseguindo sentir o seu hálito de quem acabou de mascar um chiclete de menta.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora