Capítulo 17: O jantar.

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Na hora que vi aquela mulher, tive a certeza de que tudo poderia dar muita merda no final das contas.

Júlia Bastos, mãe do meu meio-irmão Guilherme, é uma mulher muito bonita, sério muito mesmo, que exala uma extrema alto-confiança, além de ser simpática.

Bom, especialmente com o meu pai. Algo me diz que essa mulher está investindo no meu pai. Não sei se é pelo fato dela segurar em seu antebraço, todas às vezes que conversa com ele, ou pelo fato da total hostilidade, disfarçada de personalidade forte, com a qual ela se dirigia à minha mãe. O Guilherme já chegou a dar uma corrigida nas atitudes da mãe, mas ela o ignorou.

Sorte da vida é que a minha mãe é a rainha em lidar com pessoas irônicas, cheias de hostilidade e falsianes.

Fala sério. Pelo que sei isso vem no currículo de pessoas que se envolvem com seres como o meu pai na juventude.

Estamos sentados na mesa do jantar, meu pai na cabeceira, do seu lado direito a minha mãe, Miguel e eu. Enquanto do seu lado esquerdo, Júlia que creio gostaria de estar no colo do meu pai, e ao seu lado o Gui.

Meu comparsa em trocas de olhares, sobre o quão constrangedor estava aquele jantar, as nossas mães trocando alfinetadas e o meu pai no meio de tudo isso.

- Nossa, fiquei tão intrertida com nossa conversa que mal havia reparado na casa. Aposto que foi tudo idéia sua. Sempre teve tão bom gosto, Lucas. - Ela disse, como sempre pousando a mão sobre o antebraço do meu pai.

Se fosse comigo, já tinha dado um tapa na mão dela. Mania chata essa de conversar encostando, como se a outra pessoa funcionasse a base de touch scream. 

- Na verdade escolhemos tudo juntos. - Minha mãe pegou as mãos do meu pai, o trazendo pra si. Creio que ela esteja se controlando pra não o trocar de lado naquela mesa.

Essa cena séria bem cômica.

- Verdade. Resolvemos decorar aos poucos e acabamos contando com a contribuição dos meninos.

- E que filhos lindos os seus. - Ela disse. - Realmente, você sabe fazer filhos como ninguém.

- Mãe! - Guilherme repreendeu a mãe. - Menos, por favor.

- Realmente, ele é muito bom nisso. - Minha mãe colocou a mãos sobre o ombro do meu pai. - Mas o que séria do homem sem nós não é mesmo, Júlia? Pense bem o Lucas sozinho séria incapaz de fazer três filhos tão lindos, como os nossos.

- Eu voto pra sairmos da mesa e deixar elas conversando sozinha até se matarem. Estamos sendo inúteis nesse jantar mesmo. - Disse.

- Dá até pra fazer um bolão. - Disse Miguel, se jogando desmaselado na cadeira.

- Acho que deveríamos servir o jantar. - Disse minha mãe. - Já volto. Filha, venha comigo.

Alguém precisa alcamar a bonitona.

Assim que ela entrou na cozinha se desarmou:

- Eu vou matar aquela mulher! - Disse levando as mãos até o rosto.

- Quê isso mãe?! Vocês estão se dando super bem aparentemente. - Dei de ombros. Ajeitando os vasilhames com os alimentos.

- Não me irrite Júlia! - Ri, porque está sendo cômico assistir a minha mãe agir como eu e as amiguinhas do Gabs. - Vamos voltar pra sala, antes que ela agarre o seu pai.

- É, ela aparentemente quer fazer isso mesmo. - Sai da cozinha.

- Isso está com uma cara maravilhosa! - Júlia. - Já sabemos como você prendeu o Lucas. - Disse se servindo.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora