- Vitor, não espera! - Coloquei minhas mãos à frente do corpo para o impedir.
- O que foi? - Arqueou as sobrancelhas. - Desculpa Júlia! É que pensei que você também quisesse. Foi mal! - Coçou os cabelos.
- Não é questão de não querer Vitor. A questão é a quantidade de coisas que estão acontecendo nos últimos dias, estou meio-balançada e confusa. E não quero que as coisas dêem errado, de novo.
- Tudo bem, não vou forçar a barra. - Sorriu amarelo.
- Obrigada! - O abracei. - Só um pouquinho de paciência carinha.
- Vou me esforçar, não quero estragar tudo de novo.
- Por isso paciência meu caro, paciência. - Sorri. - Até amanhã. - Dei um beijo no seu rosto.
- Até amanhã. Ei Jú! Posso te buscar amanhã?
- Paciência Vitor! Paciência.
- Tudo bem, até amanhã! - Me deu um beijo no rosto e foi pro seu carro, enquanto eu tratei de entrar em casa.
E por um instante pensei em voltar pra rua, minha mãe estava parada no pé da escada me encarando como uma sargenta:
- Pensei que seu castigo terminava à uma hora atrás. - Olhou pro relógio em seu pulso e voltou a me encarar.
- E terminou. - Dei de ombros. - Estava apenas conversando com um "amigo".
- Que amigo Júlia? Gabriel?
- Deus me dibre. - Bufei. - Não existe só o Gabriel no mundo mãe.
- E por quê não me mandou alguma mensagem? Está achando que pode fazer o que quiser?
- Alguém dormiu com calça jeans naquele quarto? Pensei que eu não estivesse restrita a "casa-escola" "escola-casa". Estou?
- Não. Porquê seu pai e eu não achamos necessários. Mas isso não é motivo pra você sair fazendo o que quiser Júlia.
- Gente do céu! Que implicância é essa comigo agora?
- Não é questão de implicância Júlia! É zelo. Não quero você andando sozinha por aí Júlia, não sabemos o que pode acontecer com você numa dessas vezes.
- O que está rolando mãe? Sério? Eu sempre andei sozinha, e inúmeras vezes passei em outros lugares depois da aula sem avisar.
- Mas agora não quero que isso aconteça mais. - Ela estava apreensiva. Está me escondendo algo.
Isso anda virando rotina não é mesmo?
- Tá mãe, tudo bem! Sai com o Vitor, aquele dos gêmeos.
- O que você bateu na irmã dele?
- É esse mesmo. - Sorri. - Só fomos tomar um lanche, depois do expediente, nada demais. Satisfeita?
- Não custava ter me avisado Júlia. Fiquei preocupada.
- Mãe, está acontecendo alguma coisa? - Arqueei as sobrancelhas.
- Não Júlia. - Respirou pesado. - Está tudo bem. Agora suba pro seu quarto e vá tomar um banho.
- Tudo bem. - Passei por ela.
- Júlia, espera que um dia entenda o que seu pai e eu estamos fazendo por você.
- Não vamos falar sobre isso agora mãe. Quem sabe outro dia, em outra vida. Agora vou tomar meu banho. Até mais tarde.
(...)
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O Fruto do Pecado - Livro II
RomanceO amor de Manuela e Lucas foi louco, por vezes fraco mas sempre intenso. Esse amor rendeu frutos, e esse fruto cresceu. Júlia agora com dezessete anos, continua sendo a mesma menina meiga, doce e engraçada, porém agora está se tornando uma mulher e...