Capítulo 57: Mulher em fuga.

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Acordei na manhã seguinte com uma forte dor de cabeça e nos braços do meu velho conhecido, Vitor. Ele estava vestindo apenas uma samba canção e eu estava com sua camisa usada na festa da última noite.

Vitor aparentemente estava no seu vigésimo sono e seria um pecado o acordar naquele momento, o seu rosto agora mais másculo com a barba cerrada desenhada perfeitamente ao redor da sua mandíbula.

Benza ô Deus! Que o homem tá é bonito e aparentemente cansado, por isso preferi sair mansamente da sua cama e vestir a minha roupa que estava jogada no chão do quarto, coloquei meus acessórios e peguei meu celular - com setenta ligações e mensagens do meu irmão - e meus saltos.

Vitor não se mexeu se quer um milímetro, mesmo com toda a minha movimentação.

- Tchau gatinho! - Disse sussurrando antes de abrir a porta e sair do seu quarto trombando em alguém. - Aí que susto!

- Shiu! Ou vai acordar a casa inteira Júlia. - Era o Gabriel com seu tronco desnudo, vestindo apenas uma calça de moletom. Pra quem não são namorados tem até roupa na casa da garota.

- O que você está fazendo aqui? - Revirei os olhos ao ver o quão óbvio era aquela pergunta, estava fazendo o mesmo que eu só que com o gêmeo - ou gêmea - diferente. - Não importa na verdade. Agora com licença preciso ir embora. - Fui saindo mas ele obviamente me alcançou e segurou meus braços.

- Por que está saindo fugida esse mané te fez alguma coisa? - Ele estava sério apenas arqueando uma das sobrancelhas.

- Eu não estou saindo fugida. - Encolhi os ombros, eu sei que é bem isso que estou fazendo. - Eu só preciso ir pra casa e o Vitor está aparentemente exausto, achei melhor o deixar descansar.

- Eu te levo. - Revirei os olhos.

- Não! - Disse um pouco alto e depois voltei a falar sussurrando. - Posso bem pegar um carro de aplicativo, obrigada.

- As seis e pouca da manhã? - Arqueei os olhos e bufei não fazia se quer ideia de que horas eram. - Além de quase não encontrar nessa região vai pagar um preço exorbitante.

- Sem problemas. - Dei de ombros.

- Eu também estou indo embora Júlia, não tem problema eu te deixar em casa. Só preciso buscar as minhas coisas no quarto de hóspedes. - Alguém aqui não dormiu com um dos gêmeos então.

- Não dormiu com a Jade? -  Sorri irônica. - Dane-se isso não me importa. - Disse mais pra mim do que pra ele.

- Bom eu não durmo com a Jade, faz muito tempo mas isso não é a hora e nem o momento oportuno pra te explicar isso. - Coçou os cabelos ainda sério. - Volto em um minuto. - Ele foi passando por mim.

- Gabriel é sério não é preciso, não vou te fazer dar a volta na cidade só pra me levar em casa. Estou morando no apê com o Guilherme agora, então não moramos tão "caminho" um do outro mais.

Ele me encarou em silêncio e mantendo a cara amarrada.

- Tudo bem, aínda assim insisto em te levar. Só me esperar lá em baixo que já estou descendo.

- Não precisa, obrigada.

- Não vou se quer mencionar a palavra à você Júlia, só vou te levar em casa. Só. - Respirou fundo. - Só uma vez na sua vida não seja tão teimosa, tá legal?

Respirei fundo.

Eu não sou teimosa.

Tá, tá! Talvez eu seja um pouco.

- Tudo bem Gabriel. - Me dei por vencida. - Mas vamos logo, antes que todos acordem. - Ele apenas concordou com a cabeça e foi em direção a um quarto que creio ser o de hóspedes que ele havia mencionado antes.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora