O Fruto do Pecado - Livro II

Capítulo 28: Dando adeus à um, ganhando adeus de dois amores.

- O que você está fazendo aqui Gabriel? - Disse aparentemente bem irritada com o fato dele estar aqui, na porta da minha casa tendo uma crise de ciúmes.

- Queria conversar com você. Mas pelo visto você já conversou bastante hoje, não é mesmo?

- Você não imagina o quanto: Bruna, Guilherme, ViboraJade, Diretora, meus pais, o Vitor e agora você. Mas sinceramente se for pra me encher o saco, faça meia-volta e vá pra sua casa. - Cruzei os braços e ele "desamarrou" a cara.

- Não, foi mal. Eu só quero conversar de boas com você pode ser? - Dei de ombros. - Vamos conversar aqui mesmo?

- Sim. Já está tarde e eu tenho que entrar em casa logo. - Na verdade não poderia nem ter saído daqui, mas dane-se. - Então o que você quer conversar comigo Gabriel?

- Eu queria te pedir desculpas sei que fui um idiota com você essa semana.

- Foi mesmo. - Arqueei as sobrancelhas. - Eu já imaginava que meus pais não iriam acreditar em mim, mas você? Gabriel! Você me conhece a vida inteira e em que mundo eu escondi alguma coisa de você? Quando eu não fui verdadeira com você? Pensando bem, acho que você não me conhecia tão bem afinal.

- Eu sei-tá legal? Agora a ficha caiu de tudo isso. Mas-mas é que eu fiquei com ciúmes Júlia, a Jade conseguiu encher a minha cabeça e eu só consegui sentir raiva por aquele mané ter sido o seu primeiro e não eu. - Ah alguém tem preferência na fila pra tirar minha virgindade agora, só me faltava essa, eu sou a última a saber dessas coisas.

- Gabriel! Eu quero que você pegue todo esse ciúmes, toda essa raiva e enfie no seu...

- Para Júlia! Para de me tratar assim cacete, vim aqui pra gente resolver as coisas de boa. Poxa Jú! Eu amo você caramba, me desculpa.

Respirei fundo! E soltei:

- "Amor", o que é dessa palavrinha sem aquela chamada "confiança" mesmo? Nada não é? Porque a primeira não sobrevive sem a segunda. E bom Gabriel, amar eu também te amo e eu nem sei mensurar o tanto. - Ele sorriu. - A questão é que estou sentindo tanta raiva, tanto ódio de você que nem chorar eu estou conseguindo pela cachorrada que você me fez.

- O que eu posso fazer pra você me perdoar Júlia?

- Nada. Porquê eu nunca irei te perdoar por isso, Gabriel. Acabou!

- Como assim "acabou" Júlia?

- Acabou Gabriel, acabou tudo. Está tudo terminado, the end, fim! Não iremos mais ficar, e por mais que isso realmente me doa, não quero ser mais sua amiga. Porquê não posso ser amiga de alguém que me deixou em um momento onde eu tanto precisei. Cara! Eu só precisava do seu apoio, mas não, você tinha que me abandonar por causa do seu orgulho-machista-idiota. Você destruiu tudo Gabriel. De novo.

Se controla Júlia! Você foi forte até agora, não vai ser falar umas verdades pro Gabriel que irá te desmoronar.

- Merda! Merda! - Ele disse com as mãos na cabeça. - Eu não-eu não queria que nada disso acontecesse Júlia. Me desculpa.

- Eu também não queria Gabriel, mas a vida quis assim. E agora é vida que segue. Adeus!  - Ameacei entrar dentro de casa, quando ele me segurou pelo braço. - Gabriel...

- Só me dê uma pequena esperança que poderemos resolver tudo e voltar as coisas como antes. Por favor Júlia. - Disse com os olhos cheios de água. Enquanto eu estou com um embrulho no estômago. Quero desmoronar.

- Não vai dar Gabriel, sinto muito, acabou. - Me soltei dele e entrei, me escorando no portão. - Merda! Merda! Merda! - Uma teimosa lágrima escorreu na minha bochecha. - Te odeio Gabriel Lemos! Por mais que isso me mate um pouco, vou continuar te odiando, pelo dia que você me deu as costas quando eu mais precisava de um amigo.