O Fruto do Pecado - Livro II

Capítulo 19: O fim de algo que nem começou.

Assistir ao Gabriel beijando a Jade foi uma das piores sensações que já experimentei. Talvez seja pelo fato de estar o enxergando com outros olhos desde o início da última semana, ou  pelo fato de que à algumas horas atrás em seu momento sóbrio ele havia dito que não tinha mais olhos pra Jade, ou que não se interessava por outra garota a não ser eu, e agora ele está aqui aos beijos com a tal garota, a mesma que me ameaçou mais cedo de que nosso caso estava com prazo de validade definido.

Respirei fundo, pensei em correr e sumir, mas outra parte de mim mandou eu ser forte e não deixar isso passar assim, ileso. Foi então que comecei a bater palmas, fortes e lentas palmas. O que os assustou e fez com que me encarassem, e eu sorri mas na verdade queria era deitar em posição fetal e chorar.

- Parabéns Jade! Você disse mesmo que iria conseguir ficar com ele, só não pensei que ele fosse ser tão fácil assim.

- Júlia, eu posso explicar. - Revirei os olhos.

- Não precisa Gabriel, relaxa. Aproveitem o resto da festa queridos. A e usem camisinha, já que aparentemente vocês já estavam prontos para ir pro quarto.

- Jú espera. - Ele se aproximou de mim, tentando segurar meu antebraço mas eu me afastei. - Deixa eu me explicar.

- Não Gabriel, você não me deve explicações. Somos só amigos-colorido, não posso te cobrar uma exclusividade não é mesmo? Aproveite o resto da sua festinha particular. - Dei um beijo no seu rosto. - Tchau.

Fui saindo e ele tentou vir atrás de mim, mas óbvio que a garota não deixou, e tratou logo de o agarrar e meio que consolar ele, enquanto eu saia daquela área e fui entrando dentro da casa, como um furacão indo em direção a saída. Até que me puxaram pelo braço, era o Guilherme.

- Hey o que aconteceu com você? Está tudo bem? Porque está chorando Júlia?

- Não é nada, está tudo bem. - Disse limpando meus olhos. - Só estou cansada, sono, essas coisas. Bom, já estou indo pra casa. - Lhe dei um beijo no rosto. - Nos vemos depois.

- Para Júlia. O que aconteceu com você? - Segurou minha mão. - Fizeram alguma coisa com você?

Respirei fundo ao ouvir vozes provocativas se aproximando:

- É só sair de perto que você já vem dar o bote em garota. - Raíssa.

Revirei os olhos. Minha cabeça já está muito cheia pra aturar mais uma da dupla de najas.

- Gui, eu já vou. Conversamos outra hora, outro dia. Agora preciso mesmo ir. - Dei um beijo em seu rosto.

- Não Júlia, eu te levo em casa e você me conta o que está acontecendo, pode ser?

- Ah você não vai me deixar pra ir com essa coisinha aí né? Já sabemos que sou bem melhor que ela, por isso você fica voltando pra mim.

- Ah eu não sou obrigada a ouvir mais asneiras hoje Gui. - Me soltei da mão dele. - Te conto tudo depois.

- Tchau queridinha. - Raíssa.

Mostrei sutilmente o dedo do meio pra ela.

E sai dali, imaginando que teria paz, mas outra pessoa saiu me puxando pelo braço.

Mas que diabos, tem imã no meu braço hoje?

- Argh! O que você quer? - Disse irritada.

- Calma Júlia! O que aconteceu?

- Vitor você é a última pessoa na qual quero conversar no momento. Me deixa ir embora, pelo amor de Deus! Só quero ir pra minha casa, será que é possível?