** Unidos **

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Pov. Rain

- "Para onde você acha que eles foram?" - Lynn examinou a exibição de facas e adagas bem afiadas, organizadas ao longo da parede. Ela girou em suas mãos, o metal piscando com a captura da luz.

Dante balançou a cabeça, parado ao pé da cama com nada mais do que um corpo. Eu pensei que era a coisa mais estranha ver um vampiro assim, frio como uma pedra de gelo e morto. Cortinas grossas cobriam as janelas não deixando a luz do sol entrar. Mancelor não queria que a luz do sol tocasse o corpo de seu pai ainda. Ela tinha saído do quarto minutos atrás seus olhos estavam lacrimejando.

Nós três estávamos sem palavras, o ar estava estagnado como se a morte também o tivesse silenciado. Eu era a mais distante do cadáver. Eu não conseguia desviar o olhar do corpo, eu nunca vi um vampiro tão morto assim. Ele parecia estar em paz, os olhos estavam fechado delicadamente como se ele fosse acordar a qualquer momento para nos encontrar o observando. Seu rosto estava tão quieto, não tinha um sobre assalto de sonho subindo para suas feições vazias. O corpo dele estava cinza, como cinza. Sua morte foi simples, totalmente indolor, essa visão fazia meu peito apertar como fogo consumindo todo o oxigênio em mim.

Esse sentimento me varria cada vez que eu olhava para o homem deitado, como uma raiva injustificada em relação a algo sobre o jeito que ele era. Ele com sua morte estava livre de qualquer dor e tormento, como Nathaniel WarHawke escolheu morrer, mas para ele foi sem sofrimento. O vampiro não precisava morrer, porque ele deveria querer? Quando ele estava cercado por todos os luxos e privilégios que alguém poderia pedir, e ele jogou fora de forma egoísta, quanto eu conheço outros lutando por uma vida mais baixo do que de um cachorro.

Eu fiquei tão submersas em meus pensamentos e eu mal registrei a resposta do preço.

- "Quem pode dizer o que Nora faz." - Dante se virou e eu pude ver o seu rosto sombrio em concentração.

- "E quanto a Joseph?" - Lynn largou a adaga e ficou olhando fixamente para ele. - "Ele deve ter ido com ela por algum motivo."

- "Eu não sei mais o que se passa na cabeça dele." - ele suspirou.

Lynn balançou a cabeça.

- "Talvez haja alguma coisa em seu quarto que possa nos dizer para onde eles foram."

- "Nora não iria cometer um erro desses, a menos que ela quisesse que soubéssemos." - ele disse. - "Onde está Ella e Rufio?"

Ficamos em silêncio por um momento, tentando captar sons de pessoas ou vibrações através das paredes.

- "Eles não devem ter saído da enfermaria." - ela falou. De repente ela se virou para mim e perguntou. - "Joseph disse alguma coisa para você ontem?"

Eu balancei a cabeça, entendendo o quê sua pergunta significava.

- "Ele não disse nenhuma palavra sobre isso, ele nunca disse nada sobre ir embora." - eu olhei para Dante que segurou o meu olhar por mais tempo do que o necessário. Mas seu olhar desviou do meu  quando Rufio entrou no quarto seguido por Ella.

- "Onde vocês estavam?"

- "Desculpe, mas nós fomos avisados muito tarde." - Rufio acenou para a cama. - "Como ele morreu?"

De onde estou parada, eu pude distinguir um toque de verde nos olhos dourados de Rufio, e os olhos de Ella agora brilhava com um toque de dourado neles. Nenhum deles falou sobre isso, nós também não.

Ella foi até o corpo, seus olhos curiosos vagaram até o seu braço esquerdo onde a manga de sua blusa estava enrolada.

- "Eu pensei que os médicos haviam tirado toda droga do corpo dele. Ele não deveria ter morrido." - Ella disse, seus olhos devagar um para a mesa lateral, mas estava vazia. - "Dante, o que Nathaniel queria falar com você?"

Laços de Sangue - Sua Maldição (Completa)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora