Pov. Rain
- "Onde estamos?" - eu perguntei na escuridão.
Acordei com nada além da escuridão, uma porta rangendo e três raios de luz que parecia vir de uma janela próxima. Eu estava algemada no chão, minhas mãos e pés estavam algemadas. Senti o chão debaixo de mim, das vibrações e pequenas criaturas que comiam através das paredes, calculei que a sala era muito grande. Minhas correntes ecoaram e saltaram dos pilares no meio da sala. Meus sentidos vampíricos podiam captar cada movimento e som desde que eu estava praticamente cega nesse ambiente.
Essa era a segunda vez que eu acordei naquele lugar e, novamente, eu não estava sozinha.
- "Onde estamos?" - eu repeti.
Uma risada ecoou pelo escuro.
- "RoadTown, querida."
- "O que você quer de mim?"
- "Você faz muitas perguntas para uma escrava." - a voz meditou casualmente.
- "Eu não sou uma escrava." - rosnei cerrando os dentes. - "O que diabos você quer de mim Dante?"
Houve uma pausa e eu segurei o meu sorriso. Sim, eu sabia quem era o meu captor. No momento em que eu acordei eu me lembrei de tudo, quando ele me puxou e quando as minhas mãos e a de Ward se tocaram e o flash branco invadiu a minha visão. Eu só esperava que Ward se lembrasse de algo sobre mim; qualquer coisa.
Dante andou a passos largos para o outro lado da sala.
- "Então você sabe o meu nome." - ele disse lentamente.
- "Que diabos você quer de mim?" - disse impaciente, minhas mãos estavam fechadas em punho.
Mesmo que eu esteja acorrentada como um animal não significava que eu não agiria como uma escrava submissa. Eu arrancaria a sua cabeça se ele me desse chance.
Ele disparou, me assustando por um breve segundo antes de eu sentir a sua respiração no meu pescoço nu. Eu quase me esqueci que eu estava despojada de minhas roupas, eu estava apenas com uma camisa fina e uma calcinha; sem calças. Ele deve ter adivinhado que eu escondi a minha adaga lá. A Adaga que Ward me deu.
- "Deixe-me dizer uma coisa." - Dante sibilou de brincadeira, foi grosseiro e fez arrepios me percorrer. Ele me lembrou de uma cobra. - "Você sabe o que é alma?"
Eu fiz uma careta para a pergunta e ele tomou o meu silêncio como recusa em lhe responder.
- "A alma é vida; a mesquinha vida humana. Um fogo em um braseiro, queimando as folhas. É a coisa mais poderosa da terra." - ele disse foi até a uma das paredes e o ouvi pegando alguma coisa. - "Eu te disse que um ser não precisa de uma alma? Um ser...como eu. Eu não preciso de uma alma para sobreviver, eu só preciso de algo muito, muito precioso para isso." - ele caminhou em minha direção e bateu na minha cabeça com algo que parecia uma garra. - "Esses fragmentos em sua cabeça, uma peça crua da alma daquele príncipe...tão completamente fraca."
- "O que você quer dizer?" - eu perguntei.
Alma de Ward...
Eu senti ele sorri enquanto se afastava novamente.
- "Uma alma como a dele é rara de fato. E você está ligada a ele não só pelo laço de sangue, mas pela sua essência. Eu quero isso, Rain, eu anseio por isso todos os dias, não é só essa dívida que ele me deve."
- "Uma dívida?"
Os pés de Dante arranhada o chão quando ele se virou. Agora, eu já tinha me acostumado com a escuridão onde eu vejo só o contorno do seu corpo magro.
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Laços de Sangue - Sua Maldição (Completa)
VampireEstamos fugindo há quatro meses. Nas semanas que se passaram, estamos tentando ir para casa. Se chegarmos em casa, teremos uma chance. Todos esses meses se pasaram sobre todas as nossas cabeças. Não me lembro mais sobre como era ser uma escrava e as...