Laços de Sangue - Sua Maldição (Completa)

** O que eu fiz? **

Pov. Rain

Ele me beijou e eu provei a poeira em seus lábios rachados, mas os meus estavam igualmente secos e rachados. Eu agarrei o seu cabelo e o trouxe desesperadamente mais para perto. Eu estava tão feliz e tão aliviada. Ele estava vivo, certo?

- "Rain." - o príncipe se afastou, ainda segurando a minha cabeça. - "Você ouviu o que eu te disse?"

- "Dante." - eu murmurei me sentindo tonta. Eu me virei, sentindo atrás de mim. Eu congelei, a minha mão agarrou a mão do príncipe. Senti a sua respiração ofegante e sabia que ele também estava vendo; os fantasmas. - "O que é você?" - eu exigi através da minha expressão atordoada.

Do outro lado do círculo eu vi Samena, junto com vários outros espíritos também com os mesmos olhos roxos escuros. Eles eram homens, mulheres e crianças, olhando para nós sem dizer uma palavra.

- "Parabéns Rain, você é uma de nós." - Samena disse. A mão do príncipe apertou a minha. Ele a ouviu...e também a viu. Samena fingiu um sorriso para ele. - "Você não tem nenhum negócio conosco, Thri'gue. Eu sei quem você é, ela não é sua para reivindicá-la!" - os seus olhos estavam brilhando intensamente. Ele não se mexeu, ele apenas olhou para mim.

Tudo o que eu fiz foi segurar a mão dele, não o deixei sair. Eu encontrei o olhar de Samena e perguntei:

- "O que eu sou? O que você fez?"

- "Você pode nos ver." - ela gesticulou atrás dela para os outros. - "Todos nós. Eu sou seu sangue, mas eles são apenas amaldiçoados. Apenas um verdadeiro amaldiçoado pode ver e usar seus poderes. Não é o que eu fiz, mas você..."

Príncipe me surpreendeu quando ele moveu a mão para meu ombro com urgência.

- "Rain, você não se lembra?" - o choque caiu no meu rosto enquanto eu olhava para ele, sem nenhum som saindo. Seus olhos se estreitaram em confusão, depois da surpresa, antes de olhar para Samena com a mesma suspeita que ele tinha em Vladon. - "Você está enganando a mente de sua própria família? Você não lhe dirá nada? Você acha que é o que família faz?"

Eu tentei protestar mas o temperamento de Samena já havia sido quebrado e veias negras rompidas ao longo de sua pele.

- "Samena!" - eu disse. - "Diga a verdade! Quem são essas coisas? Porque você queria me levar embora? Para onde eu iria se eu não tivesse mudado de ideia?"

Para onde teríamos ido? Eu podia ter confiado nela? Ela não fez nada para provar que não estava do meu lado...pouco ainda...eles estão fazendo que é melhor.

Samena franziu o cenho.

- "Você acha que entende o nosso poder? Você nem sequer começou. Eu ordenei todos os seus mandamentos porque é verdade, você pode me controlar mas nosso poder se estende sobre a vida e a morte." - ela fechou os olhos. - "Rain... Você pode ser a última de nós, a última que pode falar com a morte."

O príncipe ao meu lado pareceu congelar e eu vi a percepção em seus olhos e as engrenagens trabalhando junto em sua cabeça.

- "Guerra, Dante...o que é isso?" - eu puxei o braço dele.

Seus olhos ainda estavam arregalados, mas ele conseguiu murmurar.

- "Uma origem." - quando ele viu minha confusão, acrescentou. - "Os malditos não foram feitos, eles sempre estiveram aqui. Eles nos criaram; os vampiros."

Samena riu com alegria como se seu filho tivesse ganho um troféu.

- "Dizem que treze humanos entraram no domínio de Nosferatu e voltaram fortes com o sangue do ancestral." - seus olhos baixaram. - "Havia seis cientistas. Eles estavam tentando reanimar um cadáver, para dissecar a própria morte. 4 morreram de causas desconhecidas...mas os dois últimos decidiram realizar um experimento com o sujeito que ingeriram os restos dos cientistas; sem o conhecimento deles. Os sujeitos desenvolveram distúrbios psicológicos e morreram um ano depois, mas já havia um passado adiante...essa doença. Os dois cientistas, no final, quando os sujeitos mantiveram todos os estados de saúde, criaram algo para fazê-los viverem para sempre. As consequências foram devastadoras. As matérias...foram infundidas com a mesma toxina e se espalharam até a maioria ter morrido ou se tornado Homovir Vamporae. Como eu sei disso?" - Samena tinha um pequeno sorriso que fez ficar toda arrepiada. - "Meus parentes antes de mim estavam lá e eles me ofereceram suas memórias. Assim como eu estou fazendo com você, para que possamos viver! Um navio para o nosso fardo, nossos arrependimentos. Os outros não tem mais navios. Você é a nossa última esperança para reverter o que fizemos."