Capítulo 75

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But there ain't nothin' left, I'm goin' through hell
Feel dead inside, I'm just goin' through the motions...
...I'll do anything to numb the pain
Watch helpless while my own life's bein' stolen

Mas não resta mais nada, estou passando pelo inferno
Sinto-me morto por dentro, apenas passo pelas emoções...
...Eu farei qualquer coisa para anestesiar essa dor
Assisto indefeso enquanto minha própria vida está sendo roubada

— Se nós já estávamos mortos, por que o Gabe iria querer nos matar? — Armon me responde com outra pergunta ignorando o fato de eu estar completamente apavorada. Sinto suor escorrer da minha mão e meu sangue congelar no meu corpo. — Se você estiver certa e eu morrer, é porque há uma forma de ficarmos vivos sem o antídoto e eles não queriam que descobríssemos.

— Mas se for assim, nós descobriríamos juntos. Por que fez isso? — falo tentando deixar a voz suave, mesmo que sinta as palavras rasgando a minha garganta. Não quero que ele se sinta culpado agora, mas preciso entender.

— Para ganhar tempo para vocês. Quanto mais rápido descobrirem, melhor — responde de forma calma. — Se eu morrer, não percam tempo, descubram o que fazer e salvem o Lucas.

— É um bom ponto, Armon — Matt diz se aproximando. Ele tenta parecer calmo, mas a expressão no rosto dele diz o contrário. Mere está ao lado dele e, depois de enxugar as lágrimas, pega a lanterna no bolso do casaco.

— O que você está sentindo? — pergunta, enquanto analisa os reflexos das pupilas do Armon que continua tranquilo, mesmo observando o nosso desespero.

— O que está acontecendo? — A voz do Lucas soa preocupada, mas ninguém consegue responder.

Ele se levantar com esforço, mas parece estar muito fraco, a febre e o remédio devem deixá-lo sem forças. O silêncio à pergunta do Lucas ainda impera e consigo notar a impaciência aumentando no rosto dele.

Observo-ose levantar e, mesmo parecendotonto, vir na nossa direção.

Lucas pega a seringa que eu tinha colocado de novo ao lado do Armon.

— O que é isso? — pergunta. — Por que você falou aquelas coisas? — A voz do Lucas mostra o desespero que ele está sentindo por não saber o que está acontecendo,mas ter certeza pelas expressões nos nossos rosto que não é nada bom.

— Pode ser o antídoto — Mere diz, mas agora já ouço as dúvidas na voz dela. — Tem que ser o antídoto — afirma com a voz embargada. Ela nunca vai se perdoar se não for, mesmo que não tenha culpa, afinal, foi o Armon que pegou o antídoto deliberadamente. Mas mesmo assim, eu sei que ela vai se sentir culpada.

— Ou pode não ser — falo mesmo que doa em mim e no Lucas, que me olha com intensidade. Mantenho meu olhar fixo nos deles por um momento, até ele desviá-lo de novo para o Armon.

— Como vocês conseguiram isso? — pergunta mostrando a seringa. — Vocês não estão ajudando... Comecem a falar, preciso saber o que fazer — o tom de voz dele é nervoso e preocupado. Vejo Matt se afastar da Maca a pedido da Mere e o Kyle e Vitor estão apenas olhando assustados de longe.

— O Gabe enviou — Matt diz. — Nós não sabemos o que é.

Olho para o monitor notando que os sinais sonoros estão mais espaçados e sinto um aperto no peito. Os batimentos do Armon começam a diminuir e isso não é bom sinal.

— Vocês acham que pode ser tóxico? — Lucas pergunta deitando o Armon de lado. Ele está tremendo e os olhos castanhos inundados em lágrimas que ele tenta controlar. Mas o pavor na voz dele denuncia o medo de perder o amigo.

A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)Where stories live. Discover now