Quem disse que a gente já resolveu essa crise?

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- Jahgi... – chamo baixinho assoprando seu ouvido logo em seguida.

Ceci se mexe minimamente, preguiçosa como sempre e me faz revirar os olhos. Afasto seu cabelo do rosto e da nuca sem ser muito delicado. Deslizo os dedos pela sua pele exposta sabendo o quanto era sensível, mas não tenho resultado nenhum. Aparentemente a pele da gótica ficava entorpecida enquanto ela dormia, era tipo um mecanismo de defesa em seres das trevas.

- Ceci, vamos logo. Não quero voltar tarde pra casa, meu ombro ainda está doendo bastante – suplico com o rosto mais perto do dela.

Ela se encolhe junto ao travesseiro abraçando-o mais apertado. Sorrio com sua carinha amassada e acabo com o espaço entre nós sugando com força seu pescoço, deixando uma marquinha vermelha no local. Ceci franze o cenho e solta um gemidinho de dor que mesmo sem querer me faz ter alguns pensamentos impróprios.

- Cecília, o metadinha já está ficando impaciente e eu também. Vamos logo...

- Park... – murmura sonolenta.

- Ta bom, você que pediu jahgi – falo sabendo que estava sendo ignorado.

Me afasto da cama e vou até o Ban que estava sentado no chão tentando colocar a lagosta de pelúcia em cima de um carrinho de plástico, mas a lagosta era muito grande para o brinquedo e seus bracinhos eram curtos ainda. Pego o bebê interrompendo sua concentração sem rodeios e o coloco sobre Cecília. Imediatamente ele começa a se mexer, empolgado pra pular sobre a mãe enquanto ria. Vez ou outra ele se inclinava e batia no rosto dela tentando chamar sua atenção e arrancando múrmuros frustrados da gótica.

- Ta bom, ta bom... acordei – diz mau humorada levantando enquanto segurava o filho e dando um beijo em sua bochecha grande – Não sei pra que tanta pressa.

- Já é quase meio dia jahgi.

- E são só compras Park Jimin, compras do mês – me olha com a sua melhor expressão de "quero te matar".

- Tá, mas eu quero sair já pensando em voltar. Estou cansado do ensaio, me machuquei mesmo dessa vez – falo um tanto manhoso.

- Vamos passar numa farmácia pra comprar alguma coisa e passar no seu ombro, mas precisava apelar pro metadinha?

Ela se levanta da cama, deixa o Ban sentado no chão mais uma vez e ele imediatamente pega a lagosta pra brincar novamente. Em seguida Ceci vai até a suíte do quarto.

- Quem mandou você resistir aos meus carinhos e aos meus beijos? – pergunto sorrindo e me sentando com o bebê.

- BEIJOS?! – ela exclama abismada do banheiro, provavelmente vendo a marca que eu havia deixado em seu pescoço.

Eu só consigo gargalhar.

(...)

O dia estava sendo mais produtivo do que esperávamos. Mas é claro! Qualquer dia fora de casa é bem produtivo quando saíamos com o metadinha. Ceci estava certa, eu era um pai muito bobo quanto as vontades dele, Ban mal precisava apontar o que queria que eu já estava lá pegando pra ele. Então o que era para ser "só compras do mês" acabou virando uma parada num parquinho perto de casa onde ele conseguiu sujar toda a calça de tanto cair de joelhos, logo em seguida já era hora do almoço então tivemos que parar pra famosa "papinha" embora o Ban queria mesmo era comer nosso hambúrguer. Fomos fazer as compras do mês somente ao fim da tarde, seguindo o ritual onde o Ban apontava pra tudo e enquanto eu ia colocando no carrinho Ceci vinha atrás tirando me olhando de cara feia. Até finalizar e colocar todas as sacolas no carro já tinha anoitecido e nós ainda tínhamos mais uma parada. E eu que queria voltar logo pra casa, grande ilusão.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora