A gótica das trevas ataca novamente

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Passei as duas ultimas aulas ouvindo BigBang com meus fones e olhando pela janela. Estava ignorando Yul e Mae, quem sabe até meus pais. Minha cabeça não estava mais em nenhum lugar que não envolvesse uma certa pessoa de bochechas gordinhas e um sorriso lindo, quando não estávamos juntos minha própria mente era a quarta dimensão. Park Jimin estava me tirando das trevas e me arrastando pra luz sob meus protestos quase inexistentes.

- Hey – sinto uma mão em meu braço.

Preguiçosa eu ergo a cabeça da mesa e tiro um fone. Era Namjoon parado ao meu lado. Não tinha mais ninguém na sala.

- O sinal já tocou. Você tava tão longe que até seus amigos desistiram de te chamar. – ele ri.

- Ah valeu – respondo me levantando com a mochila nas costas – se dependesse deles eu mofava aqui e não tavam nem ai.

Namjoon sorri, expondo uma covinha.

- Bora, o Jimin deve ta te esperando lá fora.

- Por que ele faria isso? – dou risada caminhando com ele pra fora da sala.

- Do jeito que ele está ultimamente, não duvido que esteja surtando com a nossa demora.

- Isso é exagero – o encaro descrente.

- Eu nunca exagero.

Eu parecia uma criança de quatro anos andando do lado de Kim Namjoon. Ele era muito alto.

- Estou me sentindo humilhada pela sua altura, isso ai devia ser proibido. – mudo de assunto e ele ri sonoramente.

- Pra uma gótica das trevas você é bem engraçada.

- Pois é, pessoas das trevas tem permissão para rir uma vez a cada dez anos. Te vejo na próxima década. – me despeço dele assim que atravessamos as portas grandes que dão pro pátio de entrada.

- Mas você não riu – responde sagaz.

- Droga, você é esperto – esboço um quase sorriso – Qualquer dia desses a gente tenta de novo.

- Falou Cecília - ele troca um H5 comigo, ainda rindo.

Apresso meus passos em direção aos portões, antes de atravessá-los aceno para Park Jimin que me encarava de longe. Ele sorria abertamente, mas assim que piso na calçada seu sorriso já não estava mais lá. Ouço Yul chamando meu nome, o que ele ainda tava fazendo ali?

- Ásia, finalmente...

- Valeu por me deixar mofando sozinha na sala.

- Você que não me ouviu. – da de ombros e só então percebo que Min-Jun estava ao seu lado.

Quando nossos olhares se cruzam ele sorri e acena. Dessa vez vestia uma camisa do Black Sabbath. Bom gosto ele tinha.

- E ai – cumprimento – Combinaram mais alguma coisa pra hoje? – pergunto mais pra tentar ser social do que por interesse.

- Na verdade eu tava afim de falar com você – Min-Jun me surpreende – É que o Yul me disse que você não escuta muita música coreana. Daí eu gravei um cd pra você com algumas músicas bem legais, pra você ver que música coreana vai além de kpop. Tem uma das minhas bandas preferidas ai, Crying Nut, acho que você pode curtir.

Me entrega o cd numa capa transparente e sua letra rabiscada na superfície. Aquilo era estranho, eu não sabia nada sobre ele além do nome e ele já me entregava um cd com suas músicas preferidas.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora