Não se desama dando um mero tchau

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A vida real era um saco... crescer é uma droga! Eu já sabia disso na teoria, mas estava vivenciando essa prática nos últimos quatro meses. Ano novo sem graça, vida nova de merda.

Depois da formatura tive que decidir meu futuro as pressas por que não tinha nada que eu realmente sabia fazer. Eu era medianamente boa em várias coisas, mas não excepcionalmente feita pra nenhuma delas. Sabe aquela pessoa que não é feia pra caramba, mas também não é a mais linda e notável assim que entra na sala? Era minha definição na vida, nunca vou chegar em primeiro, mas se me esforçar não fico em ultimo.

Legal! Passar no vestibular, entrar numa faculdade boa, aprender um ofício. Tudo em andamento pra uma vida tecnicamente perfeita. Eu ainda morava com meus pais, a faculdade não era longe e eu não precisava me mudar pro dormitório pra ter mais despesas. Meus pais não eram ricos e nem pobres, aquela situação mediana de sempre já mencionada, mas como eu precisava ocupar minha mente o máximo possível ter um emprego num café perto da faculdade ajudava muito.

Assim que saía da faculdade ia correndo pro café e ficava no turno da tarde até a noite, geralmente eu fechava o lugar.

- Pronta pra hoje a noite? – Mi Suk pergunta animada ao meu lado no balcão.

- Pra falar a verdade até que estou – respondo dando de ombros, estava na hora de tentar.

- Eu tenho certeza que vocês vão se dar bem. O garoto é você de calças, mais perfeito impossível.

- Confio em você Suk-Suk, só não sei se deveria – dou risada encarando o rostinho pequeno contornado pelo seu cabelinho Chanel preto.

Em pouco tempo Suk se tornou uma pessoa importante, já que depois da escola Yul praticamente havia cortado relações comigo e Mae entrou numa faculdade distante. Eu estava cada vez mais sozinha com meu amigo brasileiro a distância e sem Park Jimin na minha vida.

Não, aquele assunto não... eu estava indo tão bem até aquela hora do dia. Não havia mencionado o nome dele verbalmente ou mentalmente por quase 15 horas seguidas. Aquilo era um novo Record e tudo pra nada. Uma vez que minha mente soava o alerta Park Jimin eu estava condenada a pensar nele o resto do dia. E foi exatamente o que aconteceu.

(...)

Eu arrumei os últimos detalhes atrás do balcão e assim que tranquei tudo sai pela entrada lateral do café. Já era tarde da noite, quase onze horas pra ser mais precisa. Do lado de fora uma figura toda de preto me esperava. O garoto era alto, bem alto e tinha os cabelos tingidos de loiro, mas os fios da nuca eram pretos, seus olhos castanhos eram vibrantes e meu Deus, sua boca era muito bonita. Usava uma camisa do guns 'n roses exatamente igual a que eu estava usando, uma jaqueta preta normal como a minha, uma calça jeans preta como a minha só que a dele era rasgada nos joelhos e nos meus pés eu tinha meu all star enquanto ele usava um coturno. Parecíamos aqueles casais que andavam iguais pela rua, aquilo era vergonhoso. Pra completar assim que ele arregaçou as mangas da jaqueta exibiu tatuagens lindas por todo seu antebraço . Só quando ele sorri esperando uma resposta minha, é que eu percebo que provavelmente passei longos minutos analisando sua figura. Suk-Suk estava certa, fisicamente ele era tudo que eu sempre sonhei.

- Desculpa, eu acho que não te imaginei tão alto assim pessoalmente – rio sem graça, me curvando ao cumprimentá-lo.

Jin-ho e eu estávamos nos falando por mensagens a algumas semanas. Ele era um amigo de escola da Suk e assim que ela me conheceu e soube de toda a história da gótica das trevas com o fofíssimo Park Jimin me intimou a conhecer Jin-ho. Ele parecia bem simpático e eu achei que realmente era hora de tentar conhecer alguém novo.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora