Eu Ligo

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Suspiro levemente dando um sorriso ao ver minha mãe tentando fazer o metadinha largar minha lagosta e pegar um dinossauro de pelúcia que ela havia comprado. Não adiantava nada, ele só queria saber da lagosta.

- Mãe, desiste – aviso parada ao lado dela.

- Eu queria tanto que ele gostasse do meu presente – lamenta finalmente colocando o dinossauro de lado.

- Ele nem entende dessas coisas ainda e já é cheio de presentes – reviro levemente os olhos – O Ban gosta da lagosta porque tem o cheiro do pai dele, não tem como competir com isso. É melhor desistir.

- Mas essa lagosta já está tão velha...

- EI... está nada! Não fala assim do meu presente – exclamo ofendida.

- Achei que vocês não estivessem tão bem assim.

Ela devolve a lagosta pro metadinha que fica apertando uma das patas de pelúcia com as mãozinhas pequenas.

- Não estamos... eu não sei o que ele tem essa semana, está tão estranho. Não fala direito comigo, me evita, se esquiva. Não sei o que eu fiz de errado. To começando a achar que ele encontrou outra pessoa.

- Você acha que ele teria coragem?

- Quem não teria? – cruzo os braços sem desviar os olhos do meu filho no berço – Querendo ou não eu mudei depois que o Ban nasceu, meu corpo mudou... ele é cercado dessas dançarinas gostosas e perfeitas. O que mais eu posso esperar?

- Para de se diminuir Ásia – me olha com a cara fechada – Se tem uma coisa que você não pode acusar o Jimin é de ser tão superficial a esse ponto. Ele já te provou mil vezes que te acha a mulher mais linda do mundo.

- Essas coisas podem mudar mãe...

- Você é muito cabeça dura, ninguém consegue mudar essas suas opiniões quando você enfia elas na cabeça – passa a mão pelo cabelo arrepiado do neto antes de se inclinar para beijá-lo na testa – Eu infelizmente não tenho tempo pra tentar te convencer, estou esperando uma encomenda pra ajudar num retiro de idosos.

Senhora Prado e seus trabalhos voluntários, aquilo ainda me fazia sorrir. Minha mãe se despede de mim e do Ban rapidamente, nos deixando sozinhos de novo. O metadinha estava de banho tomado, de barriga cheia, mas não tava com cara de quem ia dormir tão cedo então o pego do berço e caminho com ele até a cozinha. Suas perninhas cheias de dobrinhas marcavam o macacão de pinguim que o Taehyung tinha dado de presente.

- O que você acha da sua mãe comer alguma coisa bem gostosa? – pergunto sentindo suas perninhas se moverem chutando o ar – A gente pode dividir seu leite – faço uma careta olhando um dos armários ainda sem abri-lo – Acho que dá pra fazer brigadeiro – seguro sob seus bracinhos, erguendo-o levemente no ar enquanto ele me encarava com a baba escorrendo do queixo – Você tem razão, preciso entrar numa dieta. Depois não quero que seu pai me largue – cara de paisagem do meu filho – Mas pelo menos você vai me amar pra sempre não vai? Pelo menos um Park vai me amar pra sempre... Jeon Jungkook está certo, você é meu homenzinho de ferro, vai me aturar pra sempre – logo em seguida começo a cantarolar iron man do Black Sabbath, balançando Ban no ritmo e arrancando um sorriso dele.

Aquilo me faz sorrir também e dar um leve rodopio segurando firme o metadinha. Assim que giro percebo uma figura parada na porta da cozinha.

- Ei... Park Jimin... Oi – me apresso em falar – não te ouvi chegar – dou um sorrisinho de canto.

- Cheguei agora – se aproxima só para beijar o rosto do filho e logo em seguida já sai da cozinha.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora