Dia Nacional dos Idiotas

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Assim que piso na calçada me encolho, fechando melhor o casaco do uniforme. A manhã estava ensolarada, mas o vento frio da estação não ia embora. Aumento o volume da minha playlist e começo minha caminhada apressada até o colégio. Quanto antes pudesse me abrigar contra o frio melhor, sangue brasileiro.

Após cinco minutos de caminhada, sinto uma mão segurar a minha e entrelaçar nossos dedos. No próximo segundo um dos meus fones é arrancado da minha orelha. Ao me virar Park Jimin sorria pra mim, andando ao meu lado e colocando o fone no próprio ouvido. Sua ousadia não tinha mais limites, não que eu achasse ruim de qualquer maneira.

- Beatles! – ele exclama animado.

- Você gosta?

- Todo mundo gosta de Beatles. E é Something... todo mundo gosta de Something. – rio baixo sem tirar os olhos dele, podia sentir meus olhos brilhando mais uma vez – Eu ainda não acredito que você fica feliz com essas coisinhas bobas jahgi.

Ele parece me repreender e achar bobo, mas seu sorrio dizia que ele adorava esses detalhes. Eu não me envergonhava de me senti assim, e era inevitável.

- Aprecie as pequenas coisas Park Jimin – acaricio sua mão discretamente – O que faz aqui?

- O carro está no concerto desde ontem. Acordei mais cedo já que precisava vir a pé hoje, resolvi te acompanhar – da de ombros.

A música ainda tocava alta em meus fones divididos entre nós dois. Quando o silêncio se instalou não era mais incomodo ficar assim com ele. Era confortável e até relaxante. Em dado momento ele murmurava a música olhando as riscas do chão.

Assim que chegamos nos dirigimos até onde o grupinho Seokjin e Cia sempre se encontravam. A maioria deles estavam ali, inclusive algumas amigas populares que eu nunca tinha visto. Cumprimento Yul e Mae ao longe e fito o chão até a hora de bater o sinal. Acho que nunca me acostumaria com essa situação na frente da escola inteira, assim como a escola inteira também parecia ter problemas em aceitar.

(...)

Três aulas entediantes e enfim o intervalo. Park Jimin e eu nem sempre passávamos o intervalo juntos, não queria viver grudada com ele na frente de todo mundo. Era um pouco incomodo e devia ser justamente o contrario. Fora que Yul e Mae nunca iam se misturar com os amigos populares e eu não queria deixar meus amigos de lado. Apesar das minhas considerações, meu esforço parecia não estar sendo reconhecido. Ao me sentar ao lado de Yul, Mae dispara:

- Vai se juntar com a gente hoje? Tem certeza?

- Como assim? Me sentei com vocês ontem, anti ontem e a semana passada inteira praticamente – franzi o cenho.

- Você está diferente – me olha acusatória.

Quando olho dela para Yul sem entender nada, ele simplesmente se levanta e se afasta. Não querendo se envolver em nada que o comprometesse. Típico.

- Do que está falando?

- Desde que você começou a sair com esse garoto está completamente diferente. Boba, com uns papos meio idiotas, sorrindo a toa, totalmente sem graça. Tá ficando igualzinha essas garotas da escola. – Mae falava ríspida, como se estivesse com raiva – Mal anda direito com a gente.

- Isso não é verdade! – deixo transparecer a indignação em minha voz – Ao contrario de você quando estava namorando o Choi, eu ainda passo a maioria dos intervalos sentada aqui escutando suas reclamações. Isso quando você não está que nem uma stalker fazendo papel de palhaça atrás dele.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora