É claro que o Ban fica agitado em meu colo, querendo que o pai o pegue das minhas garras trevosas. Eu respiro fundo saindo da cozinha e seguindo os passos de Park Jimin até a sala. Lá ele se esparrama no sofá sem ter trocado de roupa e liga a tv.

- Aconteceu alguma coisa? – pergunto ainda cautelosa, colocando o bebê no cercadinho que tínhamos deixado no meio da sala.

Não obtenho resposta, ele só ignora meu olhar como tem feito todos os dias dessa semana. Não me olha, mal fala comigo, não me abraça, não deixa que eu o abrace. Simplesmente me afasta de todas as maneiras. Eu já tava cansada daquilo, era angustiante demais.

- Park Jimin qual é? O que foi que eu fiz de errado? – paro bem na sua frente, bloqueando sua visão.

- Não fez nada Ásia – bufa impaciente me dirigindo um olhar entediado.

- Por que ta me chamando assim então? – cruzo os braços.

- Não é nada... que saco! – se levanta irritado, desligando a tv e jogando o controle em cima do sofá.

- Me fala alguma coisa... como é que eu vou melhorar se você não me falar nada? Não dá pra continuar assim.

- Você tem razão Ásia... não dá pra continuar assim... – se vira em minha direção, mais sério do que eu jamais o tinha visto – Não dá pra continuar.

Tudo dentro de mim parece encolher. Parece que a mão de um gigante segurava meu coração sem o menor cuidado, apertando entre os dedos.

- Como assim? – pergunto baixinho.

- Não dá mais pra gente continuar juntos – sua voz agora sai tão baixa quanto a minha.

Eu fico em silêncio. A única coisa que eu escutava era o Ban começando a ficar impaciente sem atenção no cercadinho. A mão do gigante da mais um aperto.

- Park Jimin... por que?

- Não tem porque, simplesmente não consigo mais.

Mais um aperto forte.

- Tem que ter um porque Park Jimin... fala comigo – ando mais uma vez em sua direção enquanto ele se mexe minimamente – me conta o que ta acontecendo, me deixa fazer alguma coisa – aproximo meu corpo aos poucos, minha voz ainda baixa, olhando-o nos olhos.

A respiração dele estava um pouco acelerada. Parado ali, parecia muito que ele estava se segurando, mas alguma coisa o impedia. E ele não fala nada.

- Você não me ama mais? – eu estava tentando esconder, mas um certo desespero tomava conta de mim a cada aperto.

O que eu ia fazer da minha vida sem ele? Como iríamos ficar só eu e o Ban? Era impossível imaginar uma vida "pós Park Jimin".

Suas mãos estavam impacientes, toda hora tentava desviar o olhar mas ainda tinha os olhos conectados aos meus.

- Park Jimin... – toco levemente seu peito – é outra garota? – só dizer aquilo já me causava a pior sensação do mundo na boca do estômago – Você se apaixonou por outra pessoa não é?

- NÃO ... não é isso Cecília... não tem nada a ver.. Não... esquece isso. Não pensa uma coisa dessas. Não tem ninguém... nunca...

Ele negava rápido, parecendo tão desesperado quanto eu. Sua mão toca a minha, apertando. Por um segundo pensei que ele fosse me abraçar, mas logo em seguida ele se afasta novamente.

Tipo Ideal Perfeito - pjmWhere stories live. Discover now