Capítulo 14 - parte 5 (em revisão)

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O grande coordenador muscolin estava confuso com o resultado da batalha. Ele mandou um grande muscolin para pegar a comida, mas foi reduzido a pouco mais de que um décimo sem obter sucesso. Chegou a sugar um pouco, mas pela distância era insuficiente para saciar sua mente. Pensativo, concluiu que mandaria um muscolin três ou quatro vezes maior, mas precisava de aguardar a chegada de mais massa para clarear as ideias e poder agir com mais eficiência e fatalidade.

― ☼ ―

Saci sentia a respiração fraca e as dores com cada vez mais intensidade. Sua audição apurada mostrava que Ezequiel, apesar de continuar inconsciente, tinha o pulso estável, porém fraco.

Pensava no seu fim eminente e tinha pena de morrer tão jovem e tão longe do seu mundo de origem. Ele esperava ter uma velhice tranquila dali a algumas centenas de milhares de anos, mas o Universo, pelo jeito, não desejava que fosse assim. Fechou os olhos para se virar ao seu interior e pensar no poema da sua morte, só que as dores não o deixavam em paz. No final, nem mesmo como dragão ele morreria, aprisionado no corpo de um cachorro enorme. Devagar, a sua consciência foi-se apagando e a respiração reduzindo a um nada.

Ele não chegou a ouvir o trovão provocado por uma esfera de plasma a cem metros de distância que matou muitos daqueles monstros que estavam perto demais dos dois e também não chegou a ouvir o pouso desesperado do seu amigo Gwydion bem ao lado, além de não ter sentido quando Igor enrijeceu o seu corpo para poder segurá-lo com firmeza, fazendo o mesmo com Ezequiel.

Saci já não sentia mais nada quando Igor gritou para seu amigo correr e subir o mais alto que pudesse para se distanciar dos muscolins. Todas as suas funções vitais pararam de uma vez. O coração era como uma pedra e o sangue não fluía nas suas veias. Seus membros ficaram rígidos como madeira, presos a Igor no peito por cordas fortes que ele criou do nada.

Na sua frente, Ezequiel jazia dobrado, inerte e também rígido, amarrado ao corpo do dragão. Igor criou uma barreira de proteção bem forte porque Gwydion além de voar muito alto, atingia velocidades que só eram possíveis com um avião a jato.

Nem dez minutos depois, circulavam a cidade, descendo num mergulho descontrolado.

― ☼ ―

Morgana permanecia sentada na praça central da cidade, cercada pelas sacerdotisas e virada numa pilha de nervos. Kenneth e Gwenhwyar conversavam de mãos dadas, um pouco mais afastados, discutindo sobre a oferta do bisavô dela, decididos a aceitar. Eles meio que sonhavam acordados, imaginando o Mundo de Cristal e em como seria viver lá, um lugar muito mais evoluído de tudo o que jamais imaginariam.

O barulho de um avião caindo a mil quilômetros por hora é muito forte assustador e isso não seria muito diferente de um dragão em mergulho, especialmente quando ele largava um urro seguido de um jato de fogo com quase trinta metros de comprimento.

Aos gritos a maioria das moças afastou-se assustada, menos Morgana e Eduarda, que recuaram o suficiente para o dragão pousar. O mergulho foi contido a menos de vinte metros do chão e, com um círculo fechado, pousaram na praça bem à frente da Morgana e da Eduarda. Quando elas viram Ezequiel, gritaram e correram para ele, enquanto Igor saltava com Saci nas mãos.

– Cuidem dele, por favor. – Com uma mão, fez um movimento rápido e anulou a rigidez do corpo para as mulheres pegaram-no, aflitas. Shayla e Gwenhwyar, correram a ajudar e, todas juntas, focaram a força somada sobre o sábio.

Igor pousou Saci na mesa e desfez a rigidez da mesma forma, enquanto Gwydion se aproximava, quieto e aflito. Igor viu os ferimentos e descobriu logo do que se tratava. Começou a irradiar energia para Saci, enquanto pousava a mão esquerda nele para que os fluxos iônicos eliminassem a toxina do seu corpo.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonWhere stories live. Discover now