Capítulo 12 - parte 3 (em revisão)

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A festa da vitória foi reduzida a uma simples refeição coletiva porque toda a cidade ficou muito aborrecida com o ocorrido. Kenneth, Gwenhwyar, Eduarda, Valdo e as cinco sacerdotisas que vieram forjavam planos, a maior parte sem vislumbres de sucesso. Suspirando de preocupação e saudades, Eduarda disse:

– Ai que falta que faz o meu Igor. Para ele, esses negócios de estratégia são tão simples!

– Podíamos pedir ajuda aos pequenos – disse uma das sacerdotisas. – Eles conhecem o bosque como a palma da mão.

– A ideia é boa – disse Kenneth. – Gwen, você podia ir com Eduarda enquanto o seu amigo e o dragão ajudam a manter as defesas.

Eduarda pensou um pouco a respeito, preocupada por Valdo não saber falar celta, embora estivesse divertido a aprender algumas palavras com uma das sacerdotisas. Como ele era bastante inteligente e já se entendia um pouco, acabou deixando o medo de lago, até porque o pássaro poderia ajudar.

– Valdinho, tu te importas de ficar aqui com Gwydion enquanto eu e Gwen vamos ver as fadas? – perguntou. – Vocês seriam a segurança da cidade.

– Bah, Duda, eu ia adorar conhecer as fadas – disse ele.

– Segundo as meninas aqui, o povo pequeno não gosta de homens.

– Bem – disse ele, brincalhão. – Sou gay, mas não tenho o menor interesse de me vestir de mulher.

Soltou uma risada da própria piada e continuou:

– Vai lá que me viro aqui.

– Obrigada. – Ela abraçou-o e beijou seu rosto. – Cuida dessa gente. Gwydion, fica com Valdinho e dá uma ajudinha para ele, tá?

– "Claro."

– Então? – perguntou Gwenhwyar.

– Estou pronta.

As duas saíram da cidade e Eduarda optou por criar uma esfera de luz acima da cabeça para iluminar o caminho e evitar quedas.

Ambas foram a pé, o que implicava em uma caminhada de bem duas horas, mas não se incomodavam com isso.

Para evitarem surpresas, só entrariam na floresta pelo ponto mais curto de travessia e, enquanto andavam, conversavam bastante sobre Avalon e sobre como era tudo lá fora. Gwenhwyar estava cada vez mais interessada em ir para o Mundo de Cristal. Ela já não era o que se chamaria de devota ou religiosa e quebrar as barreiras foi bem rápido.

Sentia-se muito atraída pela tranquilidade, segurança e desenvoltura que vira primeiro em Igor e agora na Eduarda, por quem sentiu mais afinidade, talvez devido à espantosa semelhança física ou por serem ambas mulheres. Por mais de uma vez flagrou-se a si própria observando a moça de outra era com toda a atenção, desejando estar no seu lugar.

– Eduarda – perguntou, por fim. – Acha que seria possível aqueles de nós que desejassem, passassem a viver no seu mundo?

– A Terra mudou muito e vocês precisariam de uma grande readaptação, mas o Mundo de Cristal é o mundo de todos nós. Qualquer um que tenha poderes, por menores que sejam, tem direito incontestável de viver lá porque essa é a lei desde que foi criada a Cidadela pela tua avó Morgana e o avô dela sob orientação do Igor. E lembra-te de um detalhe: teu bisavô é o Guardião Supremo, a autoridade máxima do Mundo de Cristal.

– Eu não sabia!

– Igor não é dado a propagandas – ela deu uma risada –, mas ele é um bom líder...

– Aqui – interrompeu a sacerdotisa. – temos que entrar na floresta por este caminho que será mais rápido.

As duas penetraram no bosque e a sacerdotisa continuou:

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonWhere stories live. Discover now