Capítulo 16 - parte 3 (em revisão)

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– Meu Deus, o que foi isso? – perguntou Valdo, caindo de quatro com o forte tremor.

– Parece um abalo sísmico mediano – comentou Igor, tranquilo.

– Cara, vamos sair daqui que a caverna pode ruir!

– Claro que não ruirá – respondeu Igor, decidido. – Tive o cuidado de verificar por onde andamos e toda a caverna é de rocha maciça. Mas, mesmo assim, é melhor voltarmos antes que fique tarde.

– Também acho – disse Valdo. – Vamos pegar logo esses cristais para sumirmos daqui. A proximidade com essas bestas me deixa nervoso.

Igor pôs a mão no ombro do amigo e desapareceram dali para retornarem ao local onde viram os veios. Ele materializou uma mochila grande e abriu. Depois estendeu as mãos para os veios de cristal e pedaços grandes soltaram-se da parede, brotando para as mãos do mago como se fosse água de uma nascente. Quando a mochila estava cheia, Igor fechou-a e o parceiro fez menção de a pegar, bufando logo em seguida.

– Tchê, isso deve pesar uns sessenta quilos!

– Não duvido, meu velho. Afinal é pedra; bonitinha, mas pedra.

Deu uma risada e usou seus poderes para erguer a mochila, colocando-a nas costas e fazendo sinal ao amigo para retornarem. A seguir, chamou Gwydion, usando os dons telepáticos, e o dragão atirou-se do penhasco, planando até à boca da caverna.

Quando ele pousou, os dois saíam porque o mago decidiu transportá-los direto para a saída da montanha.

Montaram no dragão e Valdo perguntou:

– Por que raio mandaste Gwydion nos pegar se podias ter pulado direto para o platô?

– Porque a concentração daqueles diabos é grande e interfere nos meus poderes – explicou Igor. – Não tava a fim de errar o salto e aparecer no ar ou dentro da montanha. Lá em baixo, os cristais meio que me protegiam, o que me deu uma ideia.

– Que ideia? – perguntou Valdo, curioso.

– Quando estiver madura, eu falo – disse o mago, lacônico.

Pousaram no platô e Igor perguntou para os dois:

– E então, tudo na paz?

– Eles sentem a gente dessa distância – disse Ezequiel apontando as pedras. – Morgana deu um jeito nos ânimos, mas não desistem, estão contornando a outra montanha para chegarem aqui, olhe.

– Juntinhos como o diabo gosta – disse Igor, rindo. – Filha, vou-te mostrar como uma arma de guerra dos mundanos de hoje pode ser muito perigosa.

Retirou a bazuca do bolso e Valdo riu, dizendo:

– Cara, é muito estranho ver uma pessoa tirar do bolso da calça um artefato de guerra que pesa uns trinta ou mais quilos e tem quase um metro e setenta.

– Pois é. – Igor sorriu. Destravou a arma, conferiu o projétil e apontou no meio dos muscolins. – Cuidado com o barulho que vai ser grande.

Apertou o gatilho e Morgana apenas ouviu um estampido seco. Ela ia dizer algo quando as criaturas foram atingidas. A explosão foi violenta e muitos deles foram retalhados e arremessados para todos os lados. No final, ficou uma cratera e mais de cem mortos.

– Eu prefiro as esferas ígneas – disse ela, encolhendo os ombros e rindo. – Fazem menos barulho, são muito mais destrutivas e não tão violentas. A morte é mais limpa e sem sofrimento.

– Sim, filha – concordou Igor, sorrindo. – Eu também prefiro, mas desta distância não é possível e de perto enfraquecemos.

– Por esse ângulo, está certo, pai.

– Vamos embora? – perguntou Igor. – Da próxima vez lembrem-se, antes de lançarem as pedras, que eu estava embaixo da terra. Ainda bem que aquilo tudo era maciço, mas chegamos a cair um tombo com o tremor.

– Nem me ocorreu! – exclamou ela, pálida. – Desculpem.

– Deixa pra lá, meu amor, vamos embora, vamos para as fadas fazer a bomba e acabar logo com isto.

Montaram nos dragões, que alçaram voo e aceleraram muito, a pedido de Igor. Em poucos minutos, circulavam o vale das fadas e pousaram.

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O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora