Capítulo 18 - parte 6 (em revisão)

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Morgana, obedecendo ao pedido do pai, provocou o desmoronamento da entrada da caverna, mas deixou uma fresta por onde uma pessoa passaria de cada vez, caso fosse necessário. Após, permaneceu ao lado da mãe e, a um sinal seu, Ezequiel manteve-se por perto. Além disso, o que mais a preocupava era o fato de o pai poder perecer e o avô notou essa preocupação.

Ela tinha certeza de que Eduarda ia tentar fazer alguma coisa maluca. Estava tão concentrada nos seus devaneios que Eduarda precisou de repetir a pergunta:

– Por que ele não pula de volta? – insistiu. – Tu disseste que só faltava um corredor para revistar. Ele já devia estar de volta.

– Ele não pode saltar a menos que mate o elemento controlador das criaturas – respondeu Morgana, nervosa. – O inimigo sabe impedir o salto, senão eu ainda estaria lá com ele...

Foi rápido demais para qualquer reação. Em um segundo Morgana falava com Eduarda e, no seguinte, a mãe ficou transparente e desapareceu de vez para reaparecer dois segundos depois voando para trás como se tivesse levado um forte chute no peito. Sacudindo a cabeça, Morgana ajudou-a a se erguer.

– Ele está preso – murmurou desesperada. – Preciso salvá-lo, eu preciso...

A explosão foi de tal forma intensa que todos tomaram um grande susto. Várias pedras da barreira foram arremessadas e muitos corpos lançados para fora.

Com lágrimas nos olhos, Eduarda disse, baixinho e tremendo muito:

– Não... – estendeu a mão trêmula que Morgana agarrou também muito nervosa.

― ☼ ―

Igor chegou à caverna principal e viu centenas de criaturas, mas todas elas parecendo zombies e não mais com movimentos ordenados. Ele sabia que a explosão ia acontecer a qualquer segundo e atirou-se para o lado de um jeito que até parecia um goleiro defendendo um pênalti decisivo.

A explosão ocorreu bem nessa hora e o sopro de ar foi de tal forma violento que ainda o apanhou de raspão. Igor bateu a cabeça e ficou caído, sem sentidos.

Quando voltou a si, o desespero aumentou porque agora ele não poderia calcular o tempo da derradeira explosão e muito menos das secundárias ou as dos pequenos cristais que espalhou por ali.

Sentou-se, olhou a caverna e viu que parte do topo da entrada que Morgana bloqueou ruiu, mas constatou que a filha obedeceu ao seu pedido, ficando ainda mais preocupado pois não sabia se conseguiria saltar ou até voar. Levantou-se e sentiu uma tontura muito forte, agarrando-se à parede e caminhando devagar em direção ao último corredor na esperança de encontrar Carol antes que os dois fossem mortos pela explosão. Mesmo sabendo que arriscava a vida com isso, ele recusava-se a deixar a amiga ali para morrer.

Zonzo, alcançou a esquina e foi surpreendido de novo quando ninguém menos do que Valdo, que saía do corredor dos ovos correndo, atropelou-o antes que visse o amigo. Igor caiu e, como ainda estava demasiado tonto, ficou parado, tentando focar a vista até que o viu com clareza, tendo a certeza que era mesmo o amigo:

– Bah, tchê, tu andas por aqui? – perguntou. – Escuta, faz quanto tempo aconteceu a primeira explosão? Eu bati a cabeça e fiquei inconsciente!

– Uns vinte minutos – respondeu Valdo. – Eu preciso...

– O quê? – perguntou, desesperado, erguendo o braço. – A montanha vai ruir a qualquer momento e ainda não achei Carol. Cara, me ajuda a levantar que não estou muito bem e preciso de a encontrar...

– Igor, me escuta – disse Valdo apressado, ajudando o amigo a se erguer. – Eu resgatei a Carol e duas fadas, mas preciso de ajuda para sair. Estão lá no fundo...

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora